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5 formas de incorporar música na sua estratégia de marca

Convergência, quando se fala de contexto digital, já é uma palavra batida, mas ainda é boa para explicar os movimentos da indústria da música, entretenimento e de tecnologia, especialmente redes sociais. Ao chamar artistas para a sala de desenvolvimento de produtos, para pensar múltiplas narrativas que extrapolam oterritório da música, do estúdio, do licenciamento de produto e, principalmente, da apropriação do conteúdo, tudo converge, se encontra, se mistura. E énecessário entender todos esses movimentos conforme novas redes sociais vão surgindo e os usuários criando conteúdos de acordo com as possibilidades das plataformas.
A música, em especial, é pioneira no enfrentamento de desafios que surgem com o desenvolvimento das tecnologias. Muito antes da Netflix deixar de alugarfilmes físicos (fitas e DVDs, veja só) e desafiar a indústria do cinema e da televisão com o streaming, o Napster, um software pioneiro de compartilhamento de música, obrigou a indústria da música a mexer no seu modelo de negócios e abraçar a economia digital.
Mas não é apenas a crise causada pela revolução digital que fez com que a produção e distribuição musical precisasse ser revista. A pandemia pela qualpassamos, e que, por segurança sanitária, repele qualquer tipo de aglomeração, abalou toda cadeia da música, dos pequenos aos grandes, dos trabalhadores de palco aos grandes produtores e músicos.
No podcast 22000 pés, que produzo e apresento, recebi Coy Freitas, um grande amigo, curador e diretor artístico, a mente por trás de alguns dos maioresfestivais de música do país, além das lives – uma febre durante o contexto pandêmico -, o retorno de shows a um formato híbrido é uma realidade, não sendo possível hoje conceber um projeto futuro que esteja somente no presencial. Vai ter que estar no streaming, vai ter que migrar. Mas mais do que isso: teremos cada vez mais formas de consumir música. E é aqui que as redes sociais e novas plataformas acabam assumindo protagonismo.
Há uma estatística que aponta que cerca de metade da música escutada via internet é ouvida no YouTube. O que não chega a surpreender, já que oYouTube é o segundo endereço na web mais acessado do Brasil há anos e o conteúdo musical sempre teve grande importância. E o desenvolvimento de umaferramenta própria – paga – de música se beneficia disso ao fazer circular vídeos de música das mais diversas origens, licenciadas ou não.
Mas essa é uma apropriação óbvia. Quando a gente pensa em como qualquer criação – especialmente musical – pode ser a alavanca criativa de usuários emredes sociais, vemos a potencialidade dessas ferramentas. No momento em que a música já é pensada para ser apropriada em redes, como o TikTok, por exemplo, novas possibilidades e oportunidades se abrem.
E oportunidade pode ser uma boa palavra também para definir novas parcerias e colaborações entre músicos e marcas. Já pensou se a Pepsi nos anos 1990,com o Michael Jackson, tivesse todo aquele dinheiro para investir com todas as possibilidades de territórios novos que temos hoje para explorar? Para o Coy, oMichael Jackson estaria presente do videogame à HQ, com possibilidades de explorar de formas muito diversas, complementares e incríveis a imagem do artista.
Mas se oportunidade é uma palavra importante para essas parcerias, “encontro” é ainda mais importante. Música tem de criar uma relação verdadeira com a audiência. E como ele salientou durante a nossa conversa no 22000 pés, para usar a música como plataforma de comunicação, ser verdadeiro já é meiocaminho andado e que esses encontros entre pessoas, ideias, amor e um pouco de paixão por música sempre dão certo.
Do papo com o Coy a gente consegue tirar algumas dicas para quem trabalha com marketing e com música nesse contexto em que tudo converge:
Entender o tipo de conteúdo da rede para aproveitar oportunidades De nada adianta tentar emplacar algo no TikTok sem conhecer a plataforma, as dinâmicas e como é feita essa apropriação do conteúdo musical, seja por lipsync, dança ou remixes. E isso vale para todas as redes sociais.
Tudo é permitido, desde que esteja alinhado com a sua postura. Pensando em termos de influência, temos aqueles perfis que recebem investimentos pesadíssimos e saem atrás de bater recordes, da mesma forma em que temos microinfluenciadores com uma base de fãs menor, mas extremamente engajados. Para quem trabalha com música é importante que o perfil se adeque à linguagem da rede, caso contrário o retorno do público pode ser bem negativo.
Marcas e artistas: infinitas possibilidades de comunicação Se tem um território que se expandiu muito foi o da colaboração e parceria entre marcas e artistas. É possível ir muito além do produto licenciado. As tecnologias atuais permitem que a marca explore aquele universo e conteúdo sem ser tão invasiva e, ao mesmo tempo, ter um caráter de apropriação total em territórios onde ela possa apropriar. Para isso, é preciso boas equipes trabalhando para as marcas entenderem o que querem fazer e como querem explorar.
Música não pode ser um oportunismo de marketing, mas uma oportunidade Formar uma boa equipe de marketing com profissionais que consigam traduzir a marca para a música e a música para a marca é fundamental. É preciso entender internamente quem é a marca, qual é o seu público para conseguir usar a música como plataforma de comunicação e, a partir dela, criar uma relação mais verdadeira com a audiência. Porque parcerias oportunistas não se sustentam.
Oportunidades para marcas de todos os segmentos Esse momento de pandemia, em especial, é essencial para que outros segmentos, além das bebidas alcoólicas, usem a música como ponte para chegar a um público maior. É a cultura que está trazendo alento durante o isolamento físico com novas experiências que geram vínculos emocionais. Esse é o momento em que marcas mais capitalizadas, como bancos e tecnologia, precisam aproveitar para explorar o território musical. São dicas vindas de um profissional com experiência para ver e aproveitar oportunidades. Além de estar por trás de festivais e iniciativas de música do país, como Skol Beats, o Planeta Terra, o Natura Musical, o Red Bull House of Arts e a plataforma Devassa Tropical, co-criador e curador da Audio, uma das mais importantes casas de show de São Paulo, Coy Freitas é também responsável pela implementação da vertical de música da plataforma Twitch, com canais de artistas como Pablo Vittar, Marcelo D2, Pitty, Criolo e Tropikllaz.
Se quiser conferir a íntegra do nosso papo, que de tão bom teve dois episódios, é só apertar o play:
Episódio 8
Episódio 9
Updater: Lucas Mello
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