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A Morte da Criatividade

Desde que comecei a ler o livro Rise of the Robots: Technology and the Threat of a Jobless Future, a minha percepção da realidade mudou virtualmente para um estado que não é nem melhor e nem pior. Tá difícil digerir essa sensação. A obra de Martin Ford descreve um presente no qual a ideia de emprego está se desfazendo. O que é ter um trabalho e produzir algo para a nossa sociedade? O que é ser útil em um mundo que parece não precisar mais da gente?
Descobrique existe, já há alguns anos, algorítimos que escrevem matériasde jornal completas, sem a interferência humana. Robôs que usambases de dados em diversas fontes e criam, em tempo real e comprimazia, textos com requintes de detalhes e até um ar que simula aemoção de um ser humano que se importa com as “emoçõesalheias”. Sim, esses sistemas já existem e estão em plenofuncionamento. São autônomos e produzem mais de 90% de quase tudoque se lê na Internet. Dá pra confiar no que foi escrito por umapessoa online? E por um algorítimo?
Aquestão talvez nem seja essa: se vamos confiar ou não. Mas, sefunções como a escrita, que depende de pesquisa e cuidado com osfatos, já estão dominadas por sistemasdigitais o que nos restará a fazer em um mundo que praticamente tudopode ser automatizado?
Sinceramente, eu não tenho medo das IA’s. Na verdade, todas as vezes que a humanidade foi colocada em algum tipo de risco, sempre houve uma reviravolta. Claro que a extinção é uma opção que não temos nenhum direito de escolha. Afinal, mesmo que não façamos nenhum tipo de merda, a própria natureza tem os seus caprichos e pode fazer escolhas que, às vezes, nem sempre agradam a espécie que habita o seu presente momento. Nesse caso: nós. A diferença agora é que, mesmo sendo muito mais frágeis do que ela, temos poder suficiente para nos exterminar totalmente, deixando apenas um silêncio governando o vazio que ficará. Daí, a dona Mãe Terra vai ter que começar tudo de novo, pela milionésima vez. Quem sabe?
Veras funções mais criativas sendo engolidas por sistemas eletrônicosé sim, de muitas formas, assustador. Se o trabalho repetitivo e ocriativo serão automatizados, o que vamos todos nós fazer?
O mercado precisa girar. Os números precisam caminhar para frente e para cima. Custe o que custar, mesmo que sejam as esperanças de pessoas que desejam apenas sobreviver. Que tipo de mundo seria aquele onde um pequeno grupo pode pagar para existir nele, e o resto se torne apenas uma massa de miseráveis inúteis, pois não servem para absolutamente nada, mesmo com de diplomas conferindo seus talentos?
Essadiscussão precisa acontecer. Sim, claro!
Em breve, toda a produção criativa será administrada por sistemas autônomos. Que podem medir a temperatura de tudo o que está no ar e fazer mudanças pontuais para garantir números sempre favoráveis. As emoções humanas estão perto de se tornarem commodities, matéria-prima para a manufaturação de todo o que se consome. Ou já é assim?
Talvez o medo dos ficcionistas quando escreveram suas distopias, narrando um futuro dominado por máquinas, se baseava na verdade máxima de que o ser humano nunca desistiu de “dominar” tudo e todos ao seu redor. Leia qualquer livro de história. Sempre houve e acredito que sempre haverá alguém tentando roubar a cena e tomar o lugar de “deus”. Ser o centro das atenções e ditar as regras é inerentemente algo demasiadamente humano. O Google responde…
Acriatividade criou um mundo no qual talvez não precisemos criar maisnada… Será?!
Updater: William Barter
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