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Addyi: O Viagra Feminino

A Folha de São Paulo divulgou hoje uma matéria sobre um assunto que precisa ser levado para as mesas de bar e os pensamentos privados de homens e mulheres. A reportagem fala sobre o primeiro medicamento com o objetivo de aumentar os prazeres sexuais das mulheres, o Addyi.
Depois de três tentativas e pressão de grupos feministas, a droga foi aprovada pela agência americana FDA (Food and Drug Administration). A notícia está sendo tratada como uma espécie de segunda revolução sexual depois do surgimento da pílula nos anos de 1960.
Independente dos dados científicos do remédio, do efeito colateral e toda a discussão que a reportagem já trata, é importante provocar algumas questões sobre o lançamento do produto.
Acho indiscutível que muitas mulheres estão felizes com a notícia, mas nem todas pela mesma razão. Algumas pelo simples fato do machismo perder força no meio farmacêutico-social e outras porque querem ter prazer e não conseguem.
Claro que cometeria uma injustiça em terceirizar o problema para o parceiro em todos os casos, mas convenhamos que se o remédio surgiu, uma demanda de mercado existe, e boa parte dessa demanda vem de homens que não sabem conduzir a mulher até o sorriso final. Dito isto, lanço algumas questões: é melhor trocar de parceiro ou ir até a Drogasil mais perto e tomar “metadinha”? É possível estar apaixonada por alguém que não te dá prazer na cama? O diálogo não pode ser um remédio mais saudável e mais barato?
Apesar dos funcionamentos físico e psíquico serem diferentes na discussão de gênero, é indiscutível que todas as mulheres também têm o direito do empurrãozinho medicinal para a obtenção do prazer. O gozo feminino sempre foi mais complexo que o masculino e me parece que muitas mulheres estão cansadas de fingir satisfação; e isso são as pesquisas que dizem, não eu. Ainda bem que a anatomia masculina não permite que esse fingimento aconteça, pois provavelmente em muitos casos teríamos dois amantes insatisfeitos e sorridentes no mesmo momento. O que me parece faltar na percepção masculina é que a química não começa ao passar a chave na trinca do quarto, e sim no momento que ele prenota a mesa do restaurante que ela mais gosta.
Updater: Tiago Souza
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