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Austrália classifica geografia e história como facultativas e acrescenta aulas de programação


Uma notícia importantíssima, que não pode passar em branco. Extremamente sintomática.
Escolas australianas estão autorizadas a abrir mão de geografia e história, em favor de aulas de programação em computadores.
Pode parecer uma questão de primeiro mundo, mas não é. É justamente uma estratégia para o desenvolvimento do país para as próximas gerações, algo que o Brasil também deveria estar MUITO mais empenhado porque SÓ A EDUCAÇÃO pode, um dia, reverter a ingrata situação moral, social e econômica em que nos encontramos. EDUCAÇÃO RELEVANTE para o futuro e comprometida com resultados.
A decisão foi anunciada esta semana pelo governo federal da Austrália, que a partir de agora classifica a geografia e história como matérias facultativas no ensino fundamental e médio, em favor de aulas de programação em computadores. Ou seja, as crianças australianas vão começar a aprender a falar com máquinas com 5 anos de idade, e com 7, já devem estar aptas a começar a comandá-las, de fato. É o mesmo raciocínio do aprendizado de uma segunda língua, só que ao invés de poder conversar com mais pessoas, vão poder conversar com… coisas.
A ousada decisão está alinhada com estratégias parecidas que vêm sendo adotadas por diversos países que estão introduzido a programação de computadores no currículo escolar com o mesmo status das matérias fundamentais, como matemática e ciências. No caso da Austrália a justificativa é a preocupação crescente com migração de profissionais qualificados para outros países, um fenômeno chamado de “brain drain” (drenagem de cérebros) e a intenção é reverter esse cenário e reter talentos locais para tornar o país mais competitivo no futuro.
Abandonar as tradicionais matérias de geografia e história estea gerando uma grande polêmica. Ensinar história é tido como parte fundamental no aprendizado dos erros e acertos da própria humanidade e desenvolvimento da capacidade de julgamento e tomadas de decisão. Já a geografia ninguém sabe muito como defender (*update: é uma piada, favor não interpretar literalmente. Sim, estraguei a piada, uma pena). Pessoalmente, acho que o mais importante é o princípio desta movimentação e o questionamento geral de tudo que é enfiado na cabeca das crianças. Eu manteria história, mas colocaria outras na mira. E, em cada disciplina, também uma revisão de tópicos.
E você, o que acha?
Você acha que essas matérias deveriam mesmo ser banidas das escolas?
Deveríamos reavaliar as matérias que são lecionadas nas escolas e substituí-las por outras mais modernas e relevantes para o futuro das novas gerações?
Se você tem uma criança e uma internet por perto, NÃO ESPERE a escola se atualizar em relação a essse asunto. Existem iniciativas gratuitas como a Code Academy, a Hour of Code, a Code School e o LearnCafe, com aulas virtuais que cobrem de HTML à Git.
Modernizar escolas não é só dar iPad e computador para as crianças. É deixar eles conversarem.
UPDATE:
(1) Não é um post contra geografia nem história (adoramos história, inclusive).
(2) Geo/Hist não estão sendo SUBSTITUÍDAS por aulas de programação. Apenas estão saíndo ao mesmo tempo em que a programação está chegando. Não é causa/consequência. É uma reavaliação geral das matérias.
(3) O post é sobre a ousadia da Austrália em desafiar um modelo extremamente tradicional e o quanto isso pode ser sintomático. Acreditamos que a medida vale muito a sua reflexão.
(4) O critério dessa reavaliação é a relevância dessas matérias NA ESCOLA e na formação dos alunos e não a “importância” dessas áreas para o planeta. Muitas coisas são importantes, mas não necessariamente relevantes para o currículo escolar durante a infância e adolescência. Ou, talvez não por tantos anos seguidos).
(5) Boa parte dos países desenvolvidos estão se movimentando – finalmente – no sentido de rever isso tudo e o impacto nas gerações futuras, que certamente terão desafios e ambições bem diferentes das nossas. Deveríamos fazer o mesmo, e refletir. Claro, essa é apenas a minha opinião.
Updater: Wagner Brenner
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