Cine_Update: Tarantino e Cães de Aluguel

Técnicas, ensaios, livros sobre Direção… Talvez esteja entre essas vírgulas a fórmula para se tornar um bom diretor. Um diretor que não erra o corte, não atrapalha o set e que dá margem para um ator se desenvolver durante o ação. Um diretor que cumpre metas. Mas o que seria da sétima arte (e de nós?!) se a gente se deixasse levar por diretores que apenas cumprem metas, certo? Gostamos da surpresa, da troca, de sentir. Seja lá o que este último implique.

Pegue Cães de Aluguel, por exemplo. É um filme completo. Redondo, mesmo que não linear. Sua narrativa é uma dança sangrenta maravilhosa. E entrega tudo o que ele quer entregar. E o grande lance é esse: O diretor. Tarantino é completo porque entende a sua mensagem e objetivo. Ele sabe conduzir o público até o seu desfecho sem que fique morno. Aliás, morno só se for o sangue da vítima que ele acabou de matar em cena. Tarantino fez o público lidar com a morte de um modo diferente. Criou um caminho que Hollywood não costumava pegar. Ele mudou as regras do jogo e fez isso muito bem. Fez e continua fazendo. “Quen” – se é que podemos chamar assim – é desses que nos faz sentir. Mesmo que sentir seja algo que não combine com a pipoca, algo que a gente não esteja preparado.

E, por mexer com os nossos corações e embrulhar os nossos estômagos há 25 anos que o “Cine_Update” de hoje homenageia o criador Quentin Tarantino e a criatura mais importante da sua carreira: Cães de Aluguel.

Referências:

Updater: Felipe Solari

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