Como a filosofia funciona vista pela lógica do ovo e da galinha

Tem muita gente que pensa na figura do filósofo como um velho que fica sentado à sombra de uma arvore pensando na vida. E que entre tantos pensamentos vagos este velho tem alguma luz de sabedoria, conseguindo explicar, de maneira fácil o que parecia inexplicável.

Mas, pela própria origem da palavra, filosofia é o amor pelo saber, e não o amor pela resposta. E mesmo que isto pareça a mesma coisa, não é. Pois o saber normalmente é repleto de novas perguntas extinguindo quase por completo a esperança de uma resposta concreta.

Uma forma muito fácil de explicar isso tudo é o dilema do ovo e da galinha. Afinal, quem nasceu primeiro?

Analisando a questão superficialmente ela parece impossível de ser respondia, uma vez que o ovo precisa de uma galinha para existir da mesma forma que a galinha precisa do ovo para nascer.

Mas a pergunta não é tão clara.

Um ovo de galinha precisa conter uma galinha ou ser botado por uma? Pois pensando na teoria da evolução das espécies, qualquer coisa não galinha evolui até virar uma galinha. Como nós, por teoria, viemos do macaco. Então, se o ovo de galinha é necessariamente posto por uma galinha, então tivemos primeiro uma galinha que nasceu de um ovo por qualquer coisa minimamente diferente de uma galinha. Enquanto que se um ovo de galinha é assim descrito por necessariamente conter uma galinha, então quem veio primeiro foi o ovo colocado por qualquer animal que deu origem à primeira galinha.

Respondido? Não. Mas sem dúvida mais claro.

E a questão não acaba por aí. Disto ainda nasceu a questão de a partir de quando uma galinha é galinha? Qual o limiar genético de uma galinha para uma não galinha.

E tudo isso sem pensar no criacionismo. Porque aí, só Deus sabe.  

Updater: Rafael Prioli