É pouco dia pra muita coisa

Se o planeta fosse atualizado hoje, assim como o sistema do seu celular, os dias não teriam 24 horas. Teriam o dobro, quem sabe até o triplo.

Hoje, o relógio é injusto com a gente. Não sei vocês, mas às vezes, vou dormir incomodado por não ter feito tudo o que queria. E digo mais: em decorrência disso, de vez em quando me flagro planejando inconscientemente o dia seguinte para que não haja desperdícios. Sempre visando a concretização das um milhão e meio de coisas que idealizo e quase nunca consigo cumprir.

Analise a quantidade de atividade necessárias que comprovam se um dia foi produtivo ou não. Agora, observe a relação que as pessoas ao seu redor têm quanto ao uso das “horas extras” da vida. Seja no trabalho, correndo atrás de resultados significativos no final do dia, ou até mesmo em casa, amenizando a culpa pela ausência em momentos importantes.

Logo, se existisse uma maneira de comercializar as horas, muitos de nós ficaríamos no vermelho. Oferta e procura não faltariam em hipótese alguma.

Quem nunca sonhou com duas horinhas a mais pra terminar aquele trabalho? Pra dar aquela última estudada antes daquela prova importante? Pra ficar com aquela pessoa especial?

Doce imaginação.

Pensando nisso, lembrei de algumas ferramentas pertencentes ao nosso dia a dia: Waze, Todoist, Focus at Will e Toggl. Nenhuma faz seus dias terem 26, muito menos 48 horas, mas prometem melhoras de produtividade e eficiência na rotina.

O mais interessante é que ambas respondem ao mesmo traço comportamental do homem moderno: querer fazer tudo a qualquer custo, em qualquer momento, em qualquer lugar, independente de tempo.

Vivemos resmungando por falta de tempo, mas nunca o levamos em consideração.

É , já aceitei que quem não está sabendo brincar com esse jogo sou eu. Talvez, o mundo não precise de uma atualização e sim de uma desatualização de quem o usa.

Updater: Bruno Ramalho