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As vantagens de sediar uma Copa do Mundo em conjunto

Sediar um torneio da magnitude da Copa do Mundo não é fácil para nenhum país. Além do investimento em estádios e o eterno dilema sobre o legado, há sempre uma parte da população que acha que o país não deve se candidatar. Diante desse cenário começa a surgir a intenção de uma diluição de custos através do envolvimento de diferentes países.
A somatória de sedes para uma única edição de um campeonato tem se tornado prática recorrente no mercado. Por exemplo: na próxima Eurocopa, como li no artigo “Copa América X Eurocopa“, serão 13 cidades sedes de países diferentes. No caso da Copa do Mundo há uma possibilidade de candidatura dos países da América do Norte para 2026, ou seja, teríamos EUA, Canadá e México juntos numa só edição.
Essa tendência de mercado parece tão interessante que destaco 3 pontos positivos para esse tipo de modelo:
O custo para construção ou reforma dos estádios será menor já que será realizado em diversos países
Apesar de alguns desses países já terem estádios próprios, com certeza algumas reformas terão que ser feitas devido ao famoso “padrão FIFA”, ou seja, com 3 países sediando fica muito mais barato esse custo pois nenhum dos países ficará sobrecarregado tendo que investir tudo sozinho, assim sendo a possibilidade de um retorno financeiro será maior.
Além disso, no caso dos EUA que estão com um projeto de crescimento da MLS (Major League Soccer) em andamento seria muito benéfico caso algum clube herdasse um estádio após a Copa do Mundo, tirando o peso do estado sobre um possível elefante branco, e para os outros países seria uma maneira de popularizar ainda mais o esporte, principalmente no Canadá que só participou do torneio em 1986 no México.
Uma única edição irá beneficiar a economia local de 3 países e não um só.
No caso do Brasil, onde foi realizada a última Copa, podemos ver abaixo que os bares da cidade, os hotéis, turismo e outros setores tiverem um crescimento interessante levando um impacto positivo para economia:
Cerveja: 1,04 bilhão de litros (alta de 6,3%)
Bares: Alta de 25% de vendas
Hotéis: Alta de mais de 20% na ocupação nas cidades-sede
Turismo: Gastos de estrangeiros no país aumentaram 140%
Televisão: alta de mais de 100% nas vendas
Vestuário, calçados e artigos esportivos: Alta de 9,3% nas vendas
Recorde de estrangeiros: 700 mil, alta de 132%
Imagino que em caso de vitória da CONCACAF para sediar o mundial, o resultado esperado será tão bom quanto o que vimos acima do Brasil, principalmente para os EUA que fizerem da Copa América Centenário, um torneio que eles nunca participaram até então, um sucesso total.
O fluxo de pessoas será menor o que beneficia a logística do evento.
Controlar um evento desse não é fácil, o número de torcedores que vieram ao Brasil em 2014 foi, segundo o governo, de 1 milhão de pessoas, ou seja, para uma edição com 3 países esse número poderá no balanço geral ser maior, porém divididos, visto que teria mais opções de lugares para visitar, sem contar que uns são mais acessíveis que outros em questão financeira. Além disso, acredito que esse modelo possa beneficiar a logística do evento, tendo menos pessoas nas cidades onde irão ocorrer os jogos e assim cada país ficaria responsável pelo seu público sem sobrecarregar nenhum país.
Com isso, acredito que para os eventos esportivos de grande magnitude a divisão das sedes é um modelo que já está virando realidade e que vai trazer muitos benefícios para todos.
Abraços,
Claudio Grechi Lins.
Imagem: Shutterstock
Updater: Claudio Grechi Lins
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