- Update or Die!
- Posts
- Estas empresas vão salvar o Brasil. Será?
Estas empresas vão salvar o Brasil. Será?

A sétima maior economia mundial está passando por um momento complicado e antes de 2020 o Brasil cairá para a oitava colocação do ranking, segundo previsão do FMI. O PIB deverá decrescer 2% este ano, ao passo que o desemprego vem crescendo e já atinge mais de 8% da população. O choro aparentemente é geral, o clima parece não ser o mais favorável, mas que tal parar de reclamar e colocar a mão na massa? Ou como vi num cartaz pela internet esses dias:
“A melhor forma de reclamar é fazendo”.
A solução pode estar em um estudo publicado recentemente pela Endeavor sobre as scale-ups brasileiras. Estas são empresas que têm alto crescimento em um curto espaço de tempo, representam hoje apenas 1% das empresas nacionais, mas já são responsáveis por 5% do PIB. Sim, os números são impressionantes. Ainda segundo o mesmo estudo, enquanto uma empresa normal emprega um funcionário ao ano, uma scale-up emprego uma média de 30 pessoas. Apesar dos grandes números, a maioria dessas empresas, 92%, são pequenas ou médias com mais de 10 anos de experiência de mercado em sua maioria.
Porém, dentro da realidade brasileira, sabemos o quão difícil é se manter por dez anos no mercado. Uma pesquisa do IBGE mostrou que, num panorama geral, 48% das empresas brasileiras não conseguem completar 3 anos de existência, e o SEBRAE descobriu os motivos. Entre eles está a negligência com o negócio, como por exemplo falta de planejamento e descontrole financeiro, mas principalmente a falta de um modelo de negócios inovador.
Com um ecossistema externo desfavorável à empresa, por exemplo a economia do país, para nos tornarmos uma scale-up precisamos de inovação! Precisamos cuidar e fortalecer a cultura interna da empresa, ajustada aos nossos valores e comunica-los aos clientes. É notável que empresas com uma cultura bem enraizada, com propósito muito bem definido e valores percebidos por todos os stakeholders, têm mais chances de prosperarem nos mais diversos ecossistemas e contribuírem para a salvação de uma nação com ideias inovadoras e valores de transformação.
É o caso da Reserva, grife carioca que é considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo, segundo ranking feito pela revista americana FastCompany. Seu propósito é não ser uma marca de roupa, mas um amigo, uma espécie de companheiro de viagem e aventuras. Seu ponto de inovação é o social e fazem tudo o possível, segundo eles, para crescerem com sustentabilidade e investindo no Brasil, seja em pequenos gestos como fazer entregas de bicicletas ou apoiam e investindo em projetos e causas sociais mais específicos. Fundado em 2006, ela tem hoje mais de 50 lojas em 8 estados do Brasil e no Distrito Federal, mais de 1500 pontos de venda, e centenas de funcionários.

Este é apenas um exemplo dessas empresas que tem um crescimento percentual maior que o PIB nacional, empregam de forma responsável bastante gente e criam uma cultura de valorização de todos os envolvidos nos seus processos. Trata-se de inovação em diversos níveis além do produto, como por exemplo, no marketing (que passa a ser mais verdadeiro) e na gestão de pessoas (que passa a ser mais humana).
Quero lhe convidar a fazer uma análise sincera, olhando para dentro e percebendo os valores que quer deixar, por exemplo, para seus filhos e netos. Ouvi numa palestra da Ana Couto Branding uma sugestão boa para começarmos esta transformação por quem está hoje a nossa volta, por seus stakeholders, e perguntarmo-nos:– Como posso motivar meus colaboradores e criar uma cultura de transformação?– Qual a relevância do meu produto na vida do meu cliente? O que mudaria se minha marca não existisse?– Como posso inspirar e me relacionar com a sociedade onde minha marca está inserida?
Este não é um texto patrocinado e minha intenção com ele é apenas criar novas sinapses no seu cérebro e com isso incentivar um empreendedorismo mais consciente dentro desse nosso mundo neoliberal onde cada um só se preocupa com o seu no final do dia. Com pequenas atitudes e conscientes da nossa responsabilidade podemos transformar o Brasil e o mundo em um lugar melhor. Alguém tem que começar. Que tal a gente?
Updater: Alan Bruno
Reply