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Filme Evereste – Como Hollywood Retrata a Tragédia Real


Antes de mais nada: o filme é sensacional, envolvente e com cenas de tirar o folego! Tendo dito isso, seguimos!
O filme foi tão comentado na comunidade montanhista porque seria a grande oportunidade de enaltecer o esporte que não é retratado pela mídia há muito tempo. Muitos dos meus parceiros montanhistas ficaram decepcionados com o filme e estão fazendo diversas críticas negativas, mas esta é apenas a visão de especialistas do esporte. Achei que seria interessante um prisma de quem sabe (um pouquinho) de montanha, mas também é apaixonada por cinema.
É essa a grande questão: estamos falando de um filme. De cinema!

A primeira grande crítica que fazem em relação ao filme é a respeito dos erros técnicos ao esporte. Luvas erradas, técnicas que não as reais, não usam óculos que é obrigatório, etc. Nessa hora, é importante lembrar que é um filme para o cinema comercial e não uma vídeo-aula de montanhismo. Existe uma historia que precisa ser contada e existem as licenças poéticas: é difícil passar o que as pessoas estão sentindo com um óculos e sem poder ver o olhar, as expressões. Porém, existe uma licença que eu não permito neste filme: faltou (e muito) retratar os reais males da altitude. Os problemas que a altitude causa são os verdadeiros desafios de subir o Evereste e ficaram muito superficiais no filme.

Além disso, o mais comentado por quem já leu o livro,é a falta de alguns personagens, de alguns causos, de alguns fatos. Todos tem o seu montanhista preferido ou fato que julga ser o mais importante e que não apareceram no filme, mas esquecem que este não é um documentário. Novamente, é apenas um filme comercial. O objetivo não é retratar todos os fatos e envolvidos no desastre (até seria impossível em apenas 2h de filme), mas sim fazer as pessoas se envolverem e se emocionarem. Esse é o grande objetivo de Hollywood.
A maior parte das grandes histórias e roteiros inspirasse na “A Jornada do herói” (Joseph Campbell) que indica algumas fases para a personagem principal e o mesmo é usado em Evereste. O Roteirista definiu um personagem principal, Rob, e todo o resto (personagens, fatos situações) são os necessários apenas para construir a história de Rob, para fazer você gostar e torcer por ele. Os outros não são menos importantes para todas as vidas ou para a história da Montanha, eles apenas foram deixados e lado NESTE filme que, na verdade, conta a história de Rob.
Onde entra o Evereste? Todo grande herói, precisa de um grande inimigo e a maior montanha do mundo é apresentada aqui como o último chefão a ser enfrentado. Seguindo isso, todas as cenas da montanha mais alta de todo o mundo são para representar sua grandiosidade, imponência e o quanto seria difícil ultrapassa-la, por isso, as cenas de Katmandu e da trilha menos pesada até o acampamento base passam rápido. Novamente, elas não são menos importantes, mas não são necessárias para construir a história de Rob.
O roteiro fará as pessoas se envolverem com o personagem, torcerem por ele e chorarem por ele. É um filme de drama. As cenas farão as pessoas se apaixonarem pelas montanhas, vibrarem com cada conquista esportiva e até pensar em começar a praticar. É um filme de Aventura.
Para quem busca um filme emocionante e se interessa por cenas de esportes radicais, é imperdível! Ah e vale a pena ver em 3D para sentir um pouco mais da montanha.
Updater: Do Leitor
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