Fique em casa, mas qual?

Fique em casa é a frase mais escutada e lida dos últimos meses – uau, estranho falar em meses e pensar quanto tempo já se passou desde o dia que entramos em quarentena- e, claro, ela não é dita da boca pra fora. Realmente: se puder, fique em casa. Mas a questão agora, é sobre aqueles que não tem casa para ficar.

Em meio ao caos no qual o mundo se encontra, aos novos caminhos e a uma reaprendizagem na maneira de lidar com a rotina, dentro de casa, há aqueles que não possuem nem uma vida antiga, muito menos uma nova, para reaprender a viver. O que está acontecendo, na verdade, é um encontro, nada marcado, com a morte. Parece chocante falar assim, na lata, mas ela está chegando numa velocidade muito mais rápida do que um dia poderíamos imaginar. E aqueles, que estão vulneráveis lá fora, veem ela de frente todos os dias.

Um olhar para além da nossa janela é necessário e, no mínimo, humano. Diante de tantas pessoas que estão ajudando, seja financeiramente, seja por meio do preparado de comidas e marmitas, seja pela doação de agasalhos, ou seja pela arte, a nova frase que é necessária para o momento, além de ficar em casa, também é essa: se puder, ajude.

Updater: Alexia Borges