Fragmentos de vida pela fotografia

Hoje temos a possibilidade de retratar tudo o que há ao nosso redor, mas somos reduzidos aos meios que nos tornam profundamente fragmentados.

Nossa visão se tornou quadrada, focada em momentos, não acompanhamos mais o que é início, meio e fim, o que está conectado.

Estamos sempre procurando uma forma de estarmos em destaque, esquecendo daquela conversa agradável que você poderia ter com um amigo numa tarde de domingo, deixamos situações assim como essa de lado e focamos em o que publicar no Instagram,  os check-ins no Facebook e a impressão que as pessoas vão ter de nós.

Será que estamos nos confundindo com produtos?

Bom, como dizia Vilém Flusser, a intenção da fotografia é de eternizar seus conceitos em forma de imagens acessíveis a outros, a fim de se eternizar nos outros, ou seja, nos preocupamos na imagem que os outros vão ter de nós. Nas condições de hoje, temos o meio em nossas mãos, estamos sempre on-off, acompanhando tendências, novidades e polêmicas.

No âmbito das redes sociais, utilizamos a fotografia para mascarar nossa realidade. As pessoas tem medo de cair em esquecimento e ou apenas ser ignorada, não se passa de status, de estar sempre querendo Buzz.

Mas será que pessoas assim sempre estão como retratam em suas redes sociais?

O virtual pode distorcer a percepção que temos de nós, pois podemos retratar uma realidade que não convém, não é real e sim uma imagem a ser passada. Porém hoje algumas pessoas já tem um pensamento de contra tendência, ir contra esses valores de sempre mostrar o que gostaria de ser e não o que realmente é, mostrando o lado real das situações.

Alguns acreditam que os computadores são ‘apenas’ ferramentas. Mas o ‘apenas’ desta frase engana , o computador está nos mudando e nos moldando. Flusser considera que a intenção dos aparelhos  programar a sociedade para um comportamento propício ao constante aperfeiçoamento dos aparelhos. Ou seja, nos tornamos funcionários dos aparelhos e os mesmos nossos chefes.

Para reflexão, será que todos nós retratamos o que realmente queremos ou o que as pessoas querem ver?

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