Gillette quebra estereótipo, mais uma vez

No começo deste ano, a Gillette trouxe um holofote importante para a masculinidade tóxica, com objetivo de provocar reflexão sobre o “estilo de vida de macho” – escrevemos sobre isso aqui. Na época, a marca ajustava seu conceito de “The Best a Man Can Get” para “The Best a Man Can Be”, dando início a uma plataforma fantástica voltada aos homens, que passa por temas como abuso, vício, suicídio, educação, depressão, diversidade e empatia. Muitas críticas, debate intenso e uma certeza: apontar para a quebra de estereótipos é mexer num vespeiro cultural dolorido, porém super importante.

Bom, seguindo com extrema pertinência e consistência, Gillette surpreendeu mais uma vez. Sabendo que duas em cada três crianças sul-africanas crescem sem pai, a marca lançou um novo filme naquele país, retratando uma realidade comum, onde mães (ou avós) passam a desempenhar tal papel. Na narrativa, vemos um exemplo da dificuldade que a falta da figura paterna provoca, além da inversão de papéis, de um jeito tão bonito e leve, que deixa a mensagem de que por ter sido criado com tanto carinho e respeito, agora que a avó está em idade avançada, o menino é capaz de retribuir seu cuidado e afeto.

Como muito se diz na Unstereotype Alliance, promovido pela ONU Mulheres, os estereótipos estão por toda a parte. Por isso, trabalhos como este merecem aplausos, já que a nossa indústria possui uma responsabilidade enorme na construção da cultura e uma oportunidade maior ainda de normalizar percepções, inclusive de interferir em um cenário estereotipado. Os que criam e os que aprovam precisam repensar o papel das mulheres, negros, gordos, velhos, asiáticos, lgbts, pessoas com deficiência, pobres, ricos, etc…, refletindo não só a presença (quantidade), mas também na perspectiva e personalidade, para que a sociedade se veja, finalmente, representada.

Updater: Monica Gelbecke

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