Inteligência Artificial na publicidade

Houve um tempo em que inteligência artificial era apenas assunto de ficção cientifica. Com o passar do tempo, temos sido convencidos do contrário, tamanha é a intensidade da evolução tecnológica e o impacto que ela causa no dia a dia das pessoas.

Talvez o grande momento desse click tenha sido quando o Watson, supercomputador desenvolvido pela IBM, venceu em 2011 os dois melhores jogadores (humanos) do programa Jeopardy, da TV americana. De lá pra cá nossos olhares ficaram mais atentos à iniciativas como o e-David –  rôbo que não apenas pinta, como também aprimora sua arte a partir de um sistema de reconhecimento e feedback visual, captado por uma câmera.

Na capa deste mês da revista Wired, a startup da vez é a DeepMind, empresa recém adquirida pelo Google que busca criar o algoritmo mais inteligente do mundo, capaz de não apenas aprender com dados pré-programados, mas aprender como aprender com qualquer coisa, inclusive com ele mesmo.

Os primeiros experimentos do algoritmo feitos com jogos de Atari tiveram resultados impressionantes: depois de 4 horas jogando um mesmo jogo, o robô não só aprendeu todas as regras e melhorou sua performance, como identificou qual seria a melhor estratégia possível, que nem os criadores do game tinham conhecimento até então. Achei assustador.

“São apenas jogos, mas poderia ser o mercado de ações” afirma o CEO da Deepmind.

A projeção da startup é que em menos de 20 anos o algoritmo será capaz de estabelecer conexões criativas e não somente processar conhecimento lógico e técnico, impactando significativamente uma série de industrias que se viam blindadas deste tipo de interferência.

Com a IA tornando-se algo cada vez mais sofisticado e valioso em empresas de tecnologia, é natural que outros mercados, como o da própria publicidade, comecem a dar seus primeiros passos com esse tipo de tecnologia.

IA Poster

Esse mês, a agência M&C Saatchi de Londres criou o primeiro anúncio concebido com IA do mundo. Trata-se de um poster, para uma marca fictícia de café, concebido a partir da mistura automática de variáveis criativas como: texto, imagem, fonte e cores.

Por meio de uma câmera que capta reações humanas, como gestos e feições, o anúncio identifica a performance de cada combinação apresentada ao público e aprende qual é a melhor opção. Método parecido com testes criativos em sistemas automáticos de mídia.

“It’s the first time a poster has been let loose to entirely write itself, based on what works, rather than just what a person thinks may work. We are not suggesting a diminished role for creative but we know technology will be playing a greater part in what we do.”

– David Cox, chief innovation officer at M&C Saatchi

Esse tipo de influência da tecnologia nos processos criativos deve se intensificar de forma exponencial nos próximos anos, transformando para sempre nosso jeito de trabalhar com questões subjetivas. Para o bem e para o mal.

Updater: Rafa Caldeira

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