Melhores Álbuns de 2012

Lista é lista. Pessoal, intransferível (ou não) e subjetiva. Em 2012 comprei uns 40 álbuns – o tal álbum é um disco de vinil, aquela bolacha, que tem sulcos de áudio não comprimidos a ponto daquele sutil toque na cúpula do prato de condução te levar pro nirvana. Todos esses discos tocaram exaustivamente num turntable Rega empurrado por pre e power valvulados da Manley com destino a um par de caixas Klipsch. Longe de ser o estéreo mais cascudo por ai, mas ta bem próximo da supremacia sonora, onde Jimi Hendrix se torna um guerreiro Wudan e Miles Davis um Shaolin. Caso não conheça as obras abaixo, vale conhecer. Espero te conduzir a lugares distintos e elegantes, então aperta o play e boa audição!

Deve ter sido assim. Dan Auerbach (Black Keys) pegou o carro e desceu pra New Orleans, tocou o sino na entrada do rancho do senhor Malcolm John Rebennack Jr, 72 anos. Agora, imagina Dan e sua voz característica dizendo, sou guitarrista, seu fã e quero produzir a maior e mais incrível obra da sua carreira. Dr. John calmamente serve um bourbon e diz, all in! O album é inacreditável, as canções são abissalmente ótimas, sem os delírios de alguns discos que marcaram a carreira do artista. Músicas como My Children, My Angels e Big Shot tocaram 100 mil vezes nos meus sons. Por favor, te peço, ouça esse disco, algumas dezenas de vezes e em uma delas sozinho, no escuro, com fone e sua imaginação.

Impossível o retro soul do Brooklyn em Nova York não produzir pelo menos um disco fodaço com aço por ano. Ora é a Daptone Records ora a Truth & Soul. Aqui, o senhor Lee Fields já foi conhecido como o pequeno James Brown, portanto chefe, aperta o play e chora com essas 10 pérolas da mais digna e original soul music. E ouça com calma, parcimônia, tranqüilidade e em primeiro lugar, It’s All Over (But the Crying).

Dessas bandas que você demora pra conhecer, mas quando é apresentado o miolo explode e a pupila dilata, se torna vício na hora. Nesse álbum – apenas o terceiro dessa banda inglesa (ah, os ingleses…) – a primeira faixa já cria o clima que permea tudo. Rock de cabaré moderno com peso na medida certa. Ouça na sequência, mas antes aperta o play em What Makes a Good Man?

Minha história com esse moço sempre foi ‘pé atrás’. Muita pose, sei lá… Mas, eis que assisto ao show desse disco em Nova York, no Radio City, tipo um Credicard Hall bem mais preparado né. Amigo, sai de lá e comprei a coleção do White Stripes, Raconteurs e Dead Weather. Falando de Blunderbuss, que delicadeza malvada, uma raiva bondosa que convida o cético a sonhar.

Vamos combinar que descobrir música boa é quase como derreter… enfim, é bom pra caceta! Mas de longe o melhor é descobrir artista novo de Soul Music (são raros) que conhecem profundamente o limite entre a baranguice desorientada e a elegância suprema. Meu amigo, abre um vinho, coloca esse vinil no estéreo, leva sua garota pra audição e tenta não derreter, ok?

Updater: Gustavo Ziller

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