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Meninos e meninas estão importando o like para a vida real?
If you’re developing a persona more than an actual personality…
“It doesn’t get better” é um curta feito para Web, dirigido e produzido por Jason Headley (Tells Stories), sobre e para os garotos e garotas populares das escolas. Mas antes, um contexto de leve.
COISA DE AMERICANO
Sempre achei essa coisa de “populares da escola” totalmente americanóide. Coisa de filme, aquelas bobagens do fortão e da bonitinha, do baile do fim de ano e e tudo aquilo que não tem nada a ver com a nossa realidade.
Mas agora tenho escutado sobre o tal “popular”, toda hora.
Meu filho falou uma vez, comentei que era uma bobagem, achei que era um caso isolado. Mas depois vi que os amigos e amigas dele falam disso o tempo todo.
“O João é da turma dos populares, a Sofia não é da turma dos populares…”
Claro que o popular sempre existiu, não só em escola, mas na vida.
Mas não reparei quando foi que começamos a usar o título propriamente dito, assim como um cargo, um posto.
Eu cresci no interior então não sei se em SP ou em outras cidades as crianças tinham o hábito de falar nesses termos, mas não me lembro de ter usado o adjetivo/título na minha época de escola não. O forte/fraco era mais questão física do que de personalidade, acho. Ou talvez eu fosse criança demais para enxergar.
Mas desconfio (com força), que na verdade importamos a bagaça cultural.
WINNER/LOOSER
Outro dia estava passando um desses seriados pré-adolescentes cheios de claque e por estar atento ao fato, consegui ver a cultura do “popular” transbordando pela tela. Mas às vezes ela vem disfarçada. De repente o moleque tá lá com um livro na mão (cultura!), tipo Diário de um Banana, divertido e tal. Mas a cultura americana do winner/looser também está lá. E se a gente começar a prestar atenção… ela está por toda parte e não é de agora não. Não que eu tenha acordado pra isso agora, mas tá demais. E ter filhos faz os olhos enxergarem mais essas coisas. É quase aquela sensação de que um dia algum doido vai metralhar alunos na escola de tanto ver isso acontecendo em outros lugares, pela TV. É importar algo muito ruim.
Enfim, devaneio do dia feito, pelo menos serve de introdução para esse curta, o “It Doesn’t Get Better” que é uma espécie de aviso para os “seachões” como diria o meu filho (coitado, tá de cobaia nesse post hoje e nem sabe), para eles ficarem espertos porque realmente essa popularidade geralmente atinge o ápice na escola e depois é ladeira abaixo.
Faz sentido, rótulos são cruéis e geralmente são carregados pela vida afora sem nos darmos conta quando ou como começaram.
Ser popular e deixar de ser é mais difícil do que o contrário. O Show bizz tá cheio de exemplos.
VAMOS AO CURTA
Bom assista aí o “It Doesn’t Get Better”:
Continuo achando americanóide, parece exagerado pra gente, mas por lá é realmente uma questão importante. É real.
Mas não tão distante como eu supunha. Se for pra pirar de vez nesse assunto de popularidade-ilusória-extendida, vou falar só uma palavra: Facebook.
Tá, “Facebook” conceitualmente, serve qualquer coisa que tenha avaliação. Escolha a que preferir.
Não é fácil ser adolescente e formar uma personalidade segura hoje em dia com tanto gostei/não gostei a cada passo que se dá. A vida online taí para ser julgada e, geralmente, criticada sem qualquer critério, argumento ou educação. O Bullying do tipo mais nocivo é bem mais silencioso e sutil do que esse que tá na moda, explícito.
Like, like, like. Sim, parece bobagem… mas popularidade vicia. Ô se vicía. Principalmente quando a gente acredita que é verdade.
img: Angela Waye/Shutterstock
Updater: Wagner Brenner
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