Mulheres Incompartilháveis

Se não é para você. É melhor nem ver.

Recebi a campanha e pegou de jeito.

https://www.youtube.com/watch?v=YtHeitutbjk&list=PLDQyffvTsbTBbFShuxYptbzv22g-N97vg&index=4

Fazer com que vídeos “incompartilháveis” sejam os mais compartilhados do WhatsApp é o mote da nova campanha de conscientização da Prefeitura de Curitiba nas mídias sociais, que chama a atenção para o drama vivido por milhões de pessoas no mundo todo, na maioria dos casos mulheres, que são vítimas do chamado crime da “pornografia de vingança”.

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Elas passam pelos mais diversos tipos de transtornos decorrentes da exposição de sua privacidade na internet, sem seu consentimento e em retaliação ao fim de um relacionamento amoroso. É, tem gente idiota, mesmo. Nem cabe aqui a discussão.

Constantemente a imprensa tem noticiado tragédias pessoais causadas pelo impacto dessa violência na vida de mulheres e meninas, que têm a sua vida devastada, sua imagem abalada ou precisam mudar de casa, de cidade, de escola, local de trabalho e até, no desespero, atentam contra a própria vida.

Na campanha, “As Mulheres Incompartilháveis”, quatro peças exclusivas para WhatsApp e um vídeo case, ferramenta cada vez mais forte como sustentação das campanhas institucionais de conscientização e voltadas à mudança de comportamento.

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O diretor de Marketing da Prefeitura de Curitiba e parceiro de andanças no SXSW, Marcos Giovanella, explica que a ideia surgiu em maio, quando a equipe de criação da Master Comunicação elaborava campanha contra a violência sexual de crianças e adolescentes:

“As propagandas institucionais da Prefeitura de Curitiba têm hoje a marca da preocupação social e comportamental. É papel nosso, de comunicadores de um serviço público, orientar e informar o cidadão. Por isso, vamos bater bastante nesse assunto”, conta.

Foi justamente a sensibilidade em se colocar no lugar da família que perde uma jovem por causa da pornografia de vingança ou de uma mulher que teve a vida devastada e, também, o senso de dever social de fazer alguma coisa para alertar e tentar diminuir a disseminação desse crime o que levou profissionais de criação da agência de publicidade licitada pela Prefeitura a idealizarem a campanha.

O diretor de Criação, Fellippe Motta, o diretor de Artes, Rafael Guth, e o redator da agência, Lucas Borba, são os autores da ideia. “Incomoda profundamente imaginar a dor de uma família ou de uma pessoa que vivencia uma situação assim”, argumenta Guth.

Os três se desafiaram a “encontrar um jeito de usar esse tipo de crime cometido na ferramenta do WhatsApp contra ele mesmo”, como contam. Estudaram o funcionamento dessas publicações e perceberam que poderiam utilizar como “isca” a própria imagem borrada que aparece na tela do aplicativo antes das pessoas fazerem o download do vídeo.

“Foi a arma que encontramos para inibir e explicar que quem ajuda a disseminar se torna também um agente ativo dessa ação, mas o usuário do aplicativo pode, antes, tomar a atitude de não abrir e de não compartilhar”, informa Felippe Motta.

“As pessoas em geral acham que se um vídeo dessa natureza chegou até elas é porque é de domínio público e não é assim”, completa.

As peças que foram criadas exclusivamente para o WhatsApp são provocativas, servem para alertar e diminuir o compartilhamento dos vídeos íntimos sem autorização das vítimas da pornografia de vingança.

Isso é um bom papel para a propaganda, não?

Updater: Gustavo Giglio

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