- Update or Die!
- Posts
- O Flash morreu, supere.
O Flash morreu, supere.

1997 – foi quanto eu comecei profissionalmente no mundo da internet, e se você queria trabalhar com ‘design’, tudo se limitava a fazer um layout no Photoshop, e salvar como uma imagem.
A palavra ‘design’ está entre aspas, porque basicamente, não havia muito a fazer. Ou você colocava tudo em uma imagem, ou… colocava tudo em uma imagem.
Naquela época, até tentaram mudar as coisas – eu me lembro de ter ido ao evento do lançamento do IE (acho que foi no parque Vila Lobos, em São Paulo) – com direito a transmissão ao vivo com o Bill Gates.
Nascia o DHTML!
Uau!
Só que não.
A verdade é que o DHTML não mudou muito a realidade.
O que funcionava no IE, não funcionava no Netscape – (lembra? aquele browser que veio antes do Mozilla/Firefox), e pra piorar, o que funcionava no PC não funcionava no Mac.
Estávamos novamente confinados a, adivinhem?
Isso mesmo, imagem.
O Photoshop e um editor de texto era basicamente tudo o que podia ser usado pra fazer um site.
Mas as coisas estavam começando a mudar.
Era a época dos plug-ins.
Real Player, Director, VDO, e, entre outros, Future Splash
Eles nasceram para adicionar funcionalidade ao HTML, que, convenhamos, era a tecnologia mais ‘careta’ do mundo.
O Future Splash acabou sendo comprada pela Macromedia, e rebatizada de Flash!
Foi um momento de libertação.
O design já não precisava mais de aspas
Fontes, animações, interatividade… tudo isso graças ao Flash!
Com todo esse sucesso, o Flash começou a alçar voos mais altos. Da noite para o dia, qualquer site era feito em Flash – principalmente se você trabalhava em comunicação.
Toda uma indústria, um monte de bons profissionais se formaram e se especializaram em Flash.
A ordem e a calma haviam chagado para a internet – pelo menos no que diz respeito ao design.
Pessoas realmente muito boas criaram conteúdos realmente muito bons.
Todo esse ecossistema acabou fazendo com que o formato swf (o arquivo do Flash) se tornasse o ‘padrão’ da indústria de anúncios.
Parecia que ele havia nascido pra isso. Era perfeito.
Se você soubesse trabalhar, dava para fazer banners geniais em 12K.
Mas (e sempre tem um ‘mas’) o Flash não era HTML, e não era uma tecnologia aberta.
Oops!
Pertencia a uma empresa (a Adobe acabou comprando a Macromedia), e o Flash foi para onde essa empresa entendeu que deveria ir.
O problema é que a internet não estava mais indo para a mesma direção do Flash.
O HTML 4, que basicamente tinha permanecido igual por mais de 10 anos, estava começando a dar espaço ao HTML5, e todos vocês sabem o que veio em seguida.
iPhone.
E isso mudou tudo novamente.
Na verdade, na minha modesta opinião, no que diz respeito a web, ele mais acelerou do que mudou.
O HTML evoluiu em um ou dois anos, o que teria demorado outros 10 anos.
E sabe o que também mudou?
Não, os anúncios ainda continuavam a ser feitos em Flash.
Nasceram o Android, o Windows Phone, e todos os outros sistemas operacionais.
Mas os anúncios continuaram a serem feitos em Flash.
Na verdade, hoje, 2015, os anúncios continuam a ser feitos em Flash. E o pior não é só isso.
Alguns lugares só aceitam versões muito antigas de Flash (de antes do iPhone).
Sempre foi assim, e acho que sempre será.
Só que não.
O Flash cometeu alguns erros que até mesmo essa indústria não aceita mais.
Hackers estão fazendo a festa nos computadores das pessoas através do Flash.
O swf consome processamento e bateria dos computadores como ninguém.
O Flash não roda em celulares.
O FLASH NÃO RODA EM CELULARES!!!!!!!
E o gigante da propaganda resolveu por um fim nisso tudo.
O Google não vai mais aceitar Flash.
O Chrome vai bloquear Flash.
Mas calma, você tem tempo.
… não, não tem não.
Isso acontece no mês que vem.
Setembro de 2015.
Sem dó.
Supere.
Updater: rvillas
Reply