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O que podemos aprender com o desemprego dos cães pastores?

O jornal do sindicato trazia diariamente fatos que contestavam a legalidade do uso de drones. Uma das manchetes denunciava:
Fazendeiros trocam fidelidade canina por drones ilegais.
Como os humanos puderam ser tão insensíveis e substituir o melhor amigo do homem por uma máquina?
As reações entre os cães sobre o vídeo viralizado era a pior possível.
Rabos entre as patas, latidos estridentes, uma RAIVA que espumava pelo focinho .
Apesar dos uivos, não é de se estranhar esse comportamento, afinal, você também latiria se fosse um cão-pastor assitindo o vídeo abaixo:
O uso de drones para o pastoreio revirou a vida do cães pastores.
Os instintos herdados dos lobos e os treinamentos que usavam para cuidar do rebanho ficaram obsoletos — Era moda entre os fazendeiros ter seu próprio drone.
O futuro chegou na zona rural sem pedir licença e deu fim à tradição canina. Nesse cenário, muitos se perguntavam: sem pastorear, o que restaria na vida de um cão pastor?
Alguns membros do sindicato já sabiam a resposta: eles seriam apenas cães.
Assim como o cães pastores, nós humanos também usamos a nossa ocupação para nos diferenciar.
Desde pequenos, somos pressionados com a clássica pergunta:
“O que você vai ser quando crescer?”
Quando descobrimos a resposta, confortavelmente assumimos o posto profissional, estampando nos cartões de visita, documentos e no estilo de vida, o que é ser… (insira aqui seu cargo).
Mas se sua profissão fosse ameaçada de extinção por causa de uma tecnologia, o que você faria?

Assim como cães pastores, os taxistas também estavam firmes em seus postos. Eram mais do que pessoas que transportavam outras pela cidade, eram sobretudo Taxistas… até a chegada do Uber.
A polêmica entre carrões pretos e guardiões da tradição já é bem conhecida, porém sua real causa é ignorada.
Seu principal questionamento é: qual a necessidade de ser taxista para trabalhar com mobilidade urbana?
O que assusta boa parte dos taxistas não é perder corridas. O maior medo é perder a identificação profissional. É aí que mora o dilema dos mais tradicionais:
Se qualquer um com um carro e uma carteira profissional pode fazer o meu serviço, provavelmente, eu também sou qualquer um.
Não são apenas taxistas que estão com suas identificações profissionais em risco, todo nós estamos.
O fácil acesso às informações, a alta velocidade de interações sociais e desenvolvimento de verdadeiras revoluções tecnológicas têm facilitado que qualquer pessoa seja… qualquer coisa.
Vemos o aumento de profissionais sem faculdade assumindo brilhantemente posto de destaque e equipes multidisciplinares resolvendo problemas de maneira pouco acadêmicas. Em outras palavras, foda-se o seu diploma.
O enfraquecimento das identificações profissionais assusta, mostra que ninguém é especial, mas abre caminhos para que trabalhadores façam dos seus conhecimentos algo verdadeiramente útil.
Provavelmente, quando os cães pastores perderam seus cargos e se tornaram “apenas” cães, muitos deles viram a oportunidade de serem melhores companhias, melhores guias e até melhores auxiliares de drones.
O mesmo ocorre com os taxistas mais espertos, que já captaram a ideia e se esforçam como nunca para serem o melhor motorista que já existiu.
Quando o inevitável enfraquecimento das identificações profissionais acontecer conosco, aproveite. Quem tiver a coragem de abdicar dos rótulos e aproveitar todos seus conhecimentos para ajudar pessoas, empresas e causas, sairá ganhando, não só em dinheiro, mas em realizações.
Updater: Do Leitor
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