- Update or Die!
- Posts
- O video interno da Havas que chama a BBDO, a Leo e a FCB de “essas agências de merda”
O video interno da Havas que chama a BBDO, a Leo e a FCB de “essas agências de merda”

A Havas North America criou uma série de 3 videos para circular internamente entre seus mais de 4.000 (!) funcionários, apresentados por seus dois maiores criativos: o (pega fôlego) “Creative North America CEO and Chairman” Paul Marobella e o (respira mais uma vez) “Chief Creative Officer and Chairman” Jason Peterson.
No video, eles dizem que querem ser uma agência diferente da BBDO, da Leo Burnett e da FCB… esse tipo de “shitty agencies”, enquanto aparecem na tela uns poop emojis. O sound design pontua com interjeições flatulentas.
Dizem que querem revolucionar, um statement tão cansado quanto onipresente em apresentações de credenciais de agências desde sempre. E apontam como os concorrentes os “garotos com iPhone”.
Vã além: querem transformar seus criativos em makers. “Se podemos ter as ideias, podemos nós mesmos produzí-las”. E mais: “Nós temos câmeras, temos drones, temos nossos iPhones e podemos criar o conteúdo nós mesmos!”.
Ao fundo, a trilha agora é o rap “I Might Need Security,” que fica repetindo um “Fuck You” várias vezes.
A reação ao video
Dias depois, quando o video obviamente ganhou vida para além do círculo interno da agência, a imprensa especializada perguntou a Jason Peterson porque ele preferiu fazer videos ao invés de mandar um texto, como é de costume.
A resposta:
“Nobody reads those things; it’s the same shit. I’m just not good at memos. I can’t write very well, but I can make videos.”. Nota-se.
No início as reações foram de surpresa e indignação. Mas rapidamente o tom mudou para uma escala pior: o da tristeza (AdAge, Adweek)
Um cheiro de cravo e rosa no ar, um clima de velório de toda uma indústria, que há pelo menos 15 anos sofre de uma crise de identidade e de propósito, herdada por um perfil de profissionais ainda mais deprimentes do que as divas das décadas de 70 e 80 (quem diria que isso seria possível?). Pelo menos, naquela época, os caras eram insuportáveis, mas eram bons. Agora, parecem acreditar que simular uma atitude, basta.
Em meio aos comentários, um ou outro ainda se mostrava favorável a tal “revolução”, com um estilo retórico parecido com o do video:
“Fuck the haters. Yes, it’s a cringeworthy video but it’s open and more than what your CCO has done lately.”
E para a grande maioria, que simplesmente lamentava o video como uma tentativa triste e desesperada de parecer sabe-se lá o quê, Peterson respondia com o mesmo texto padrão:
“I am a creative guy, and I just want to make really rad shit. If you don’t want to do that, you should just post on Fishbowl about how awful it is. There are plenty of agencies that are barely hanging on, still hiring guys like you.”
Esse é o “Chief Creative Officer and Chairman”, Jason Peterson, a frente dos 4.000 funcionários da Havas.
E você? O que achou? Acha que eles estão certos, que esse é o tom para revolucionar a indústria da propaganda? Acha que esse é mesmo o perfil de criativos que os clientes procuram para suas marcas? Ou também ficou meio deprê com tudo isso?
Deixe sua opinião nos comentários abaixo.
Updater: Wagner Brenner
Reply