Os singles de ler

No começo do ano passado surgiu um novo formato de leitura, inspirado nos singles da música: os singles da literatura.

Um single, no mundo das letrinhas é, basicamente, um texto maior que um post mas menor que um livro, empacotado em formato de e-book.

É a leitura de uma sentada. Literatura de banheiro, de ler na cama, no avião, no metrô, na sala de espera do seu dentista.

O formato foi comemorado por todos nós que andamos sofrendo para ler um livro inteiro.

E não por acaso, algumas das primeiras publicações desse tamanho foram produzidas pelo TED, replicando por escrito o formato reduzido dos seus famosos talks, geralmente com os mesmos autores que subiram ao palco.

Se você ainda não leu nenhum TED BOOK, recomendo. Um ótimo é o “Beyond The Hole in The Wall”, um wrap-up sobre o fantástico projeto do Sugata Mitra de abandonar um computador com internet em algum vilarejo esquecido pelo mundo e ver o que acontece.

Outro destaque são os KINDLE SINGLES, que você compra por um ou dois dólares na Amazon.

É uma espécie de FAST-BOOK, mas ao contrário do fast-food, é saudável. Do ponto de vista do conteúdo, o formato single tem resgatado dois estilos que andavam meio esquecidos e que agora ganharam uma cara mais hypada: os contos e as grandes reportagens. É a snack culture totalmente incorporada aos nossos novos hábitos de leitura,cada vez mais intensa e cada vez mais fragmentada. A sacada foi achar os textos que já nascem desse tamanho e não reduções de livros.

O terceiro exemplo é a Hyperlink, de São Francisco. Os caras publicam e vendem em plataforma própria autores que têm se destacado na internet. Transformam, inclusive, arquivos inteiros de blogs em livros, cruzando dados de popularidade de posts como número de views, de likes e outras métricas de engajamento (mundo ainda perigoso).

(image by Shutterstock)

Updater: Wagner Brenner

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