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Oscar 2013 | Les Misérables
Os Miseráveis promete. O longa é uma adaptação musical do clássico épico de 1862 do francês Victor Hugo – uma das obras literárias mais importantes de todos os tempos, inspirada pelo mal do século e pela pintura arrebatadora “A Liberdade guiando o povo” de Eugene Delacroix.
A produção dirigida por Tom Hooper (Discurso do Rei) arrecadou US$ 17,5 milhões em sua estreia e já encabeça a lista de favoritos ao Oscar, com 6 indicações, incluindo Melhor Filme. Pelo que puder ver até agora a disputa será acirrada entre o musical e Lincoln, interpretado pelo sempre brilhante Daniel Day-Lewis.
Dia 1º de fevereiro é a data de estreia no Brasil. E se você é um daqueles chatos que acham musical “um saco”, lembre-se que todos os filmes da Disney usam músicas para contar histórias e que existem grandes musicais como Moulin Rouge, Across the Universe (lindo!) e A Noviça Rebelde que são inesquecíveis e incomparáveis. Todos com um bom roteiro e personagens incríveis, que transmitem nas palavras e nas canções seus sentimentos mais profundos.
Vale lembrar que dessa trilha sonora, vencedora do Tony Award, se destacam canções como I Dreamed a Dream (que já foi gravada por Neil Diamond e Aretha Franklin), cantada em solo pela personagem Fantine durante o primeiro ato (o trechinho do trailer já arrepia!). Foi essa mesma canção que lançou Susan Boyle ao mundo. Por essas e outras que Les Mis é um dos musicais mais famosos e encenados pelo mundo desde 1980 (foi composto por Claude-Michel Schönberg, com libreto de Alain Boublil e letras de Herbert Kretzmer).
Ler o livro (um compilado dos cinco volumes) nos tempos de colégio foi um verdadeiro divisor de águas na literatura para mim. Desinteressada até então por obras românticas de difícil digestão e alta carga dramática, acabei envolvida pelo retrato da miséria daquela época e pela história de Jean Valjean. Sofri, torci e chorei de tristeza junto a ele.
O drama, que tem como cenário a Revolução Francesa do século XIX (durante a Batalha de Waterloo e os motins de 1832), conta a história de vida de Jean Valjean (Hugh Jackman), um ex-condenado posto em liberdade. Seu crime? Roubar um pão para alimentar sua irmã mais nova. Após inúmeras tentativas de fuga e anos de prisão, cumpre a pena e tenta recomeçar sua vida – mas é marginalizado pela sociedade de uma Paris obscura. Ao mesmo tempo, tenta fugir da perseguição do inspetor e chefe de polícia Javert (Russel Crowe). É quando o sofrido Jean descobre que sua busca não é apenas pela redenção, mas pela absolvição.
A dualidade é essencial na vida dos personagens, que vivem dilemas para cumprirem a missão que acreditam. Valjean abandona a mente criminosa ao encontrar a salvação na fé de que seus atos fazem dele um homem bom e honesto. Mas para Javert, não importa quanto bem ele faça. Para Javert, Valjean nunca abandonará seu passado. Ele acredita que a lei e a justiça do Estado criam um mundo mais puro. É a missão de Deus vista pelos dois lados da moeda: dele é a mão que salva, dele é a mão que pune. É de quebrar todos os paradigmas do ceticismo e de fazer valer toda e qualquer lágrima derramada.
A cada capítulo da jornada intensa e dolorida de Valjean, conhecemos personagens que tem seus destinos interligados a ele. A jovem Fantine (Anne Hathaway) e sua filha Cossete (Amanda Seyfried) são duas das mais importantes personagens, além de Éponine (Samantha Barks), Marius (Eddie Redmayne), Monsieur Thenardier (Sacha Baron Cohen), Enjolras (Aaron Tveit) e Madame Thénardier (Helena Bonham Carter).
Mesmo sem o final feliz que estamos acostumados, a lição dessa grande história vive nas entrelinhas: não há praticamente nada mais importante no mundo do que amar outra pessoa.
Updater: Gustavo Giglio
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