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Patrulha-Cidadã de San Diego usa uniformes de super-heróis
Quando meu filho era bebê e tinha aqueles ataques de choro e esperneio, eu abria a torneira do banheiro, bem forte. Ele parava na hora. Já explico essa introdução, guarda essa imagem aí no canto do seu cérebro.
Em 2006, um grupo de estudantes, seguranças e funcionários de alguns bairros de San Diego resolveram se juntar para fazer uma “patrulha-cidadã”, daquelas em que os próprios moradores voluntariamente ajudam a cuidar da cidade.
Até aí tudo normal, não fosse o uniforme:
Todos vestidos de super-heróis.
Assim, se você estiver perambulando pelas ruas da pacata San Diego pode ser que você dê de cara com o “Midnight Highwayman”. Ou talvez o “Freedom Fighter” esteja à caminho de mais uma missão. Ou, quem sabe, o “Vigilante Spider” pode te ajudar com alguma coisa.
Apesar da situação bizarra e surreal de ajudar a combater as encrencas (de verdade) vestido de super-herói, a estratégia tem funcionado.
Por quê?
Pelo mesmo motivo da torneira com o meu filho.

Algo muito inusitado entrou em cena e ganhou prioridade. É como se o cérebro falasse “Opa! O que é isso? Parece mais interessante do que eu estava fazendo”.
Bem que o Batman dizia que a parte cênica, de andar vestido como um morcego, era fundamental para criar uma vantagem em situações de confronto. Tipo fumaça-Ninja. É o famoso “fator-surpresa”. Se você quiser testar, é só você tirar sua roupa antes de entrar na sua próxima reunião. Finalmente vão prestar atenção.
Enfim, voltando para San Diego.
Olha como o Midnight HighwayMan explica a vestimenta (imagine uma voz de galã):
“It breaks the momentum of the conflict and that’s more important than almost anything because now they’re focused on me.”
E continua:
“They’re not focused on fighting each other, and it lets us de-escalate the situation, which is always our primary goal.”
E “de-escalate the situation” é minha nova expressão favorita. Minha torneira é isso aí.
O grupo é chamado de Xtreme Justice League (podiam ter chamado o Stan Lee para conseguir um nome mais original) e todos eles são treinados em “técnicas de detenção, artes marciais, primeiros-socorros, e gerenciamento de conflitos” . First world problems, basicamente. Até a polícia chegar.
Deve ser sobra de cosplay da Comic-Con. Virou utilidade pública
Armas de fogo são proibidas, mas o resto fica por conta da criatividade e coerência com o personagem. Um taser, um taco, um spray de pimenta. Auto-defesa. Em situações mais sérias como estupros e assassinatos obviamente eles fazem o papel de acionar o 911 e adminstrar a situação da melhor maneira possível.
“We would physically intervene, protect the victim from further harm, make a citizen’s arrest if it’s safe to do so, and call 9-1-1.”
Brincadeiras à parte, é um excelente trabalho voluntário. É óbvio que o objetivo não é combater o crime e acabam lidando com situações mais cotidianas como ajudar moradores de rua, baladeiros bêbados, pequenas brigas e/ou confusões, crianças perdidas.
Fazem questão de deixar claro que não são justiceiros. E para gente é difícil imaginar essas coisas, com tanta violência séria nas nossas ruas. Aqui seriam (1) alvo de piada e (2) alvo de bandido mesmo.
Mas na pacata San Diego, cabe.

Updater: Wagner Brenner
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