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Por que empreender no mercado do skate?

Você com certeza já ouviu alguém dizer ou leu que skate é mais do que um esporte ou hobby, é um estilo de vida. Para pessoas que não tiveram muito contato com esse objeto e todo o universo que gira em torno dele, isso pode parecer estranho. Mas o objetivo desse texto é mostrar que o skate além de ser um estilo de vida, é também um tesouro nacional.
Um estilo de vida
A história do skate no Brasil começa por volta dos anos 60, muito tímida. Só depois de alguns anos que ele expandiu e constituiu um pouco da personalidade do praticante. Após passar por um grande boom na década de 80, com grandes skatistas tendo visibilidade internacional, estimulando o mercado interno (programas na TV e cada vez mais marcas patrocinando praticantes da modalidade) que o skate virou febre no Brasil. Alguns episódios como a proibição do esporte na cidade de São Paulo, em 1988, ajudaram ainda mais na propagação desse estilo de vida. Na época, ele virou sinônimo de rebeldia e auto-expressão. O fato dele ser marginalizado na época só reforçou essas percepções.Outro aspecto interessante é o fato dos skatistas formarem uma “comunidade”. Relatos de amizades que tiveram início quando skatistas começaram a praticar no mesmo “pico” são muito comuns, já que eles se ajudam e andam juntos. Além disso, o sentimento de pertencimento propiciado com a prática do skate, e o fato deles compartilharem interesses comuns, reforçam ainda mais essa ligação.Vale ressaltar que o skate é sinônimo de uma determinação que beira a teimosia. É repetição incontável de um mesmo movimento a fim de acertar uma mesma manobra, até que ela saia perfeitamente.o Skate também carrega um fator social que começa a ser cada vez mais explorado, pois possui a capacidade de desenvolver e estimular a transformação social por meio do esporte entre crianças, e adolescentes em situação de vulnerabilidade, estimulando o aumento da formação cultural e educacional, utilizando o skate como ferramenta de Inclusão. Algumas ONG’s como a Social Skate, do skatista Sandro Testinha, fazem isso a algum tempo. Com o auxílio de algumas marcas (como Drop Dead, Sumemo, ÖUS etc), a ong desempenha suas atividades na cidade de Poá, cujos objetivos pedagógicos são favorecer e privilegiar a diversidade seja ela cultural e educacional visando o desenvolvimento humano em todos os aspectos educativos e culturais fora do contexto escolar.
Mercado em expansão
O mercado do skate em si vai muito além do shape (prancha), dois trucks (suporte que liga o shape as rodinhas), 4 rodinhas e rolamentos. Ele conta com mais de R$ 1 bilhão ao ano em venda de roupas e acessórios, com forte potencial de crescimento, segundo pesquisa realizada pela SGI Europe (Sports Good Intelligence) em parceria com a ASF (Adventure Sports Fair) e a promotora alemã de eventos esportivos ISPO. Já o setor calçadista (sneakers) movimenta ao ano mais de R$ 40 bilhões no Brasil segundo IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), boa parte por skatistas e simpatizantes.Os veículos de comunicação focados no skate também possuem grande relevância. Quando falamos de publicações, as principais são a Cemporcento Skate e Tribo Skate. Pensando em programas de tv, hoje a maioria deles focada no esporte encontram-se no canal Off, como o Pela Rua e Skate no quintal.É muito comum também jovens skatistas filmarem manobras ainda novos, alguns em busca de patrocínio, outros para observarem onde estão errando nas manobras, e outros somente para gerar compartilhamentos e visualizações.Dentre os principais canais no YouTube, estão o SobreSkate, com mais de Mais de 520.000 inscritos e 28.000.000 de visualizações; Skatistas BR com mais de 246.000 e Skatelife, com uma média de 48.000 inscrições.Outro ponto são os eventos, tendo em vista que o cenário profissional desse mercado começa a dar importantes passos. Os campeonatos de skate possuem um papel vital, já que é o local onde jovens skatistas que desejam tornarem-se profissionais tem espaço para mostrar seu talento, e quem sabe conseguir um patrocínio, ser chamado para fazer parte do time de alguma marca, e onde os já profissionais exibem seus talentos e tem espaço para importantes conquistas. Segundo a Confederação Brasileira de Skate (CBSK), somente contando eventos oficiais (reconhecidos pela confederação), o ano de 2015 contou com 83 campeonatos ao todo.Partindo para um formato de feiras de negócios, também estão presentes em nosso país. Talvez o melhor exemplo seja a URB Trade Show, dedicada exclusivamente ao mercado de skate, streetwear e sneakers.Ou seja, podemos dizer que existe uma cultura muito forte e enraizada do esporte nacional, em aparente expansão.
Os skatistas
Empresas ligadas ao esporte falam em 5 milhões de skatistas brasileiros e tratam a modalidade como a segunda mais praticada por homens, atrás apenas do futebol. Muito mais do que o número de praticantes, algumas características do Skate, que se traduzem em todos os esportes de ação, são cobiçados.Se considerarmos dados da pesquisa realizada pelo DataFolha a alguns anos atrás, dos 5% de domicílios pesquisados que possuem praticantes de Skate, 80,4% deles tem apenas um praticante, o que representa 2.521.625 de pessoas. Dos 5% de domicílios que possuem praticantes de Skate, 16,9% deles tem dois praticantes, o que representa 1.060.086 pessoas. Ou seja, o número de skatistas brasileiros ultrapassa a população de países pequenos, como o do nosso vizinho Uruguai.Quanto à idade, na hora da leitura da pesquisa é preciso se atentar que existe a informação de idade do respondente e do praticante.A maioria dos praticantes (61%) tem idade entre 11 a 20 anos. Houve aumento na média da idade entre 2006 e 2010, de 14 para 16 anos.Em relação à classe social, nas classes A e B a porcentagem não se alterou e 42% estão na classe A e B, sendo 8% na A e 34% na B.33% estão na classe C, que representou um aumento de 9% de praticantes nesta classe social. O restante (25%) está nas classes D e E.É interessante observar esse conjunto de fatores, como o grande número de praticantes e a predominância de altas classes sociais dentre os praticantes. Com certeza existe uma oportunidade de investimento nesse mercado.
Skate pode ser definido além do que uma paixão, pode-se descrevê-lo como um estilo de vida. Ele impacta milhões de pessoas dentro do nosso país, movimenta uma quantidade relevante de dinheiro, gerando emprego e despertando admiração e cada vez mais praticantes durante o processo. Fica fácil observar os valores que sua prática transmite, e como ele pode ser usado como importante fator social na educação de crianças, adolescentes e até mesmo adultos. Apesar de ser de suma importância contextualizar o mercado de skate com números de dados relevantes, não podemos deixar de analisar o fator emocional de seus praticantes/admiradores. A cultura brasileira criada em torno dele perdura a décadas, mostrando-se cada vez mais forte e relevante. O mercado já tem uma maturidade relativamente ideal para investimento. Então, acredito que a melhor resposta para a pergunta no título desse texto seja outra pergunta: Por que não considerar empreender no mercado de skate?
(Texto para a imagem: O evento Go Skateboarding Day edição 2015 reuniu mais de 5 mil skatistas na cidade de São Paulo)
Updater: Do Leitor
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