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Que nota você vai dar para o seu próximo passo?

É só ouvir a palavra “valores” que já arrepia.

Primeiro porque você pode pensar em preço, supermercado, banco, essas coisas. Não, não, não. Não é esse.

São os… SEUS valores.

Calma… não saia correndo.

Eu sei que esse tipo de “valor” também causa um certo “humpf”, as vezes até um “bleargh”. Mas isso só acontece porque você cresceu ouvindo ele sair da boca de pai e mãe, de padre, de orientadora de escola ou de sargento do exército. Geralmente depois de alguma pisada na bola que você deu. É disciplinar, uma palavra meio sem charme, que não desperta grandes emoções.

Mas acho que a gente devia dar mais uma chance para ela.

Esquece a palavra e vamos focar no princípio da coisa. Vai ser útil, porque nesse mundão onde tudo muda cada vez mais rápido, são os seus valores que vão segurar a onda e e permanecer relativamente estáveis para você não enlouquecer.

Certa vez, depois de uma palestra que fiz sobre impermanência e inovação, um senhor veio até o palco no final e ficamos conversando. Ele falou “tudo muda, menos os valores”. Aquilo ficou girando dentro da minha cabeça por dias. Porque são as nossas verdades mais essênciais. E quando você começa a ler e refletir sobre “valores”, descobre que é uma ideia MUITO mais legal do que a palavra chata e opressora que o representa.

Talvez a maneira mais simples de entender seja assim:

Valor é a nota que você dá para as coisas, para poder escolher qual ação vai tomar.

Por exemplo:

Buscar meu filho na escola – valor 10.

Almoçar com um grande amigo – valor 9.

Se essas duas coisas caírem no mesmo dia e na mesma hora, você vai buscar o seu filho e vai remarcar seu amigo para outro dia.

Se o seu amigo falar que não tem problema, e que ele só queria almoçar com você porque tá pensando em se matar, o seu filho volta da escola com outra pessoa.

Aí você vai falar “ah, mas um monte de coisas nnao são decisões minhas, são obrigações”.

Péééém. Ê-rôu. Pode ser uma obrigação, mas é parte de uma decisão baseada em valor. Como ir para escola estudar.

E assim vamos funcionando, desde a hora que acordamos até a hora de dormir. Ranqueando nossas ações de acordo com a importância que damos a ela. Levantando aquelas plaquinhas de zero a dez, antes de fazer qualquer coisa.

O duro é dar a nota, leva uma vida para ficar bom nisso. A sociedade toda quer levantar as plaquinhas junto com você.

E quanto mais você pensa no assunto, mais percebe que esse mecanismo de tomada de decisão é – simplesmente – a coisa MAIS importante da sua vida inteira. Um atrevimento essa frase, não? Mas sustento. Acho que é mesmo. São os seus valores no leme e é com eles que você vai decidir as questões mais determinantes do seu próprio caminho como amizades, mudança de emprego, viagens, divórcios, propósitos. Enfim, só coisa de adulto, só papo de diretoria com você mesmo.

Eu costumo dizer que quando se trata de educar filho, usando ainda esse exemplo, o mais importante é fazer um bom trabalho “de base”, porque quando eles e virarem adolescentes e sairem abraçando o mundo, fase de experimentar as coisas da vida, você não vai estar alí por perto para participar. E aí, tudo o que você pode esperar é que os valores que você passou para ele (de propósito ou sem querer) entrem em ação para ele poder dalí por diante, ir tomando cada vez mais suas próprias decisões, baseado nessa escala de importância das coisas.

Bom, para não me estender muito – mesmo porque é um assunto bem pessoal – e o que vale é o princípio, o conceito e o insight da coisa. Não tem NADA a ver com moralismo, com julgamento do que é certo ou errado. Pelo contrário. É justamente a SUA verdade, ou pelo menos, a sua busca dessa verdade que faz sentido para você.

Deixo você com esse video do Dannis Prager, um famoso e tradicional apresentador de programas de rádio nos Estados Unidos, que tem mesmo um jeitão daquele tiozão que chama você no canto no churrasco para discursar. Mas tem umas coisas que ficam rondando pela cabeça, e fazem pensar, pode dar o play.

Valores. Mastigue esse conceito com calma porque vale à pena. E anda em falta.

Updater: Wagner Brenner

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