Reptilianos estavam entre nós

Um anfiteatro apinhado de gente e eu cheio de expectativas para o meu primeiro grande congresso de Ufologia. Elaborado pela prestigiosa Revista UFO, em quatro dias movimentados, o evento reuniu ufólogos internacionais, os medalhões do cenário nacional, um biólogo, um astrônomo, uma médica cirurgiã sensitiva e, para minha surpresa e decepção, até um mestre do xamanismo.

Sim, naquela época, décadas atrás, a pesquisa dos discos voadores ainda precisava se misturar com alguns outros nichos do misticismo, vamos chamar assim, para atrair mais público. 

O quebra-cabeça da vida extraterrestre se apresentava no palco em muitas peças.

Estava indo tudo bem com as palestras e apresentações até o intervalo para o almoço do segundo dia. A moça com dotes paranormais e formada em medicina pela Unicamp, Mônica Medeiros, convidou algumas pessoas da plateia para participar de um sessão de canalização de energias, numa sala anexa, ao fundo da arena.

Fui convidado por um jovem, Yuri, que eu tinha acabado de conhecer. Muito versado nos temas e bastante conversador, filho de um membro da Ordem Rosacruz, o rapaz (de 19 anos, raridade entre uma audiência em sua maioria de cabeças brancas) tentou me convencer a entrar na sessão, mas eu declinei, dizendo educadamente que estava interessado apenas em assuntos relacionados aos ETs, naves, avistamentos, abduções, implantes etc. 

Então, fiquei sentadinho no meu canto, esperando o show recomeçar. 

De repente, todas as pessoas que estavam na saleta de energização saíram apressadas, falando alto, como se tivesse acontecido algum problema inesperado. 

Logo, o carioca Yuri estava ao meu lado, ofegante e falando sem parar o que tinha ocorrido.

“- Fred, um reptiliano invadiu a reunião! Você não vai acreditar! Ele entrou de olhos fechados no meio da roda e foi direto parar diante da Mônica. Aí ele abriu os olhos de cobra, assustou a geral e soltou uma risada sinistra. Todo mundo saiu correndo!”

É claro que eu não acreditei. Pensei na hora: – Onde é que eu fui cair? 

Um cidadão de lentes de contato, obviamente contratado pra enganar essas pessoas desavisadas e gerar comoção que, certamente, ajudaria na promoção dos próximos eventos. 

Querem enganar logo eu, um foragido do mundo da Propaganda. É ruim, hein!

Aí vem a parte “acredite se quiser” deste relato. Suando, o adolescente pegou no meu braço e disparou: 

“-  Você está duvidando? Olha ele ali! Tá sentado naquela cadeira.”

Eu me virei e vi um homem comum, aparentando 50 e poucos anos, muito branco como um cidadão do leste europeu, vestindo uma camisa verde escuro de mangas curtas e… de olhos fechados.

“- Tá bom, Yuri. Relaxa, eu vou te mostrar que é só um sujeito da equipe pregando uma peça. Fica aqui.”

E fui todo corajoso, rindo por dentro da situação ridícula e já imaginando que aquela seria minha última vez num evento com aquelas pessoas metidas num embuste desses.

O espaço era amplo e no meio do caminho até chegar perto do figura, pensei comigo o que eu diria ao fulano cochilando na poltrona. 

“- Oi, dá licença. Posso falar com o senhor um minutinho?”

Pronto. Uma abordagem gentil, direta e depois eu daria sequência ao papo.

Quando eu estava a dois passos de distância daquele tiozinho, sentado imóvel, num rapidíssimo movimento único, tal qual o bote da naja, ele se virou precisamente na minha direção, sem se levantar nem emitir som, inclinou pra frente o corpo, pescoço e a cabeça, abrindo os olhos ao máximo. 

Numa fração de milésimo de segundo, foi como se com aquele gesto abrupto, o indivíduo tivesse conseguido me empurrar com toda força, gritando “Sai daqui!”. E foi o que eu fiz instintivamente, voltei pro corredor e desci, saindo dali afobado. 

Nos degraus, já do lado de fora do saguão, me reencontrei com um Yuri angustiado, querendo saber o que o estranho disse. Contei o bizarro passa-fora visual que levei, salientando que só conseguir ver por um instante aquele enorme par de olhos verdes escuros, do exato tom da camisa, com pequeninos, bem menores do que o normal, cantos brancos, sem pupilas aparentes e uma expressão de ataque pavorosa. Nunca mais esqueci aquele olhar.

Eu não tinha terminado de falar e o “polonês” misterioso passou por nós, descendo as escadas calmamente, de olhos fechados, com um sorriso misterioso e debochado nos seus finos lábios, até desaparecer para sempre em meio à multidão que se apertava para voltar ao recinto.

Mais difícil do que acreditar na autenticidade daquele reptiliano é desacreditar da tomografia computadorizada e do teste de Carbono 14 realizados na chamadas “Múmias de Nazca”, a última polêmica ufológica que vem do México.

Ao todo, foram gastos mais de 50 mil dólares nas análises científicas realizadas nos corpos apresentados pelo jornalista, apresentador de TV e ufólogo Jaime Maussan. É bem verdade que em sua longa carreira nos periódicos e programas televisivos, atrás de pautas sensacionalistas e audiência crescente, Maussan já foi enganado por algumas imagens falsas de golpistas. 

Só que, agora, a história que também envolve reptilianos é bem diferente e as evidências não são fotografias sem foco. Estamos falando de alguns corpos fossilizados e bem conservados, de 60 centímetros, sendo que dois deles foram expostos numa audiência pública na Câmera dos Deputados mexicana. 

Uma das tomografias pode até ser acompanhada na internet. Agradeça pelas legendas à minha amiga e colega Danusa Aras, do Grupo Paulista de Ufologia Base SP.

Perdão pelo texto um tanto longo, mas é que há muita coisa pra falar deste caso. Aliás, foi um momento intenso para os caçadores de alienígenas, nestas últimas semanas: relatório da NASA sobre UAPs (Fenômenos Anômalos Não Identificados da nova sigla em inglês); site oficial do Pentágono com vídeos e casos sobre OVNIs liberados pelos militares e os fósseis de Nazca. 

Vamos aos fatos das criaturinhas. Os primeiros professores que foram à Universidad Nacional San Luiz Gonzaga de Ica, no Peru, para analisar a evidência petrificada, chegaram à conclusão de que não era uma “montagem” e que todas as células pertenciam a um único corpo. 

Já os especialistas em metalurgia que checaram um implante metálico, presente no que podemos denominar de tórax de algumas das espécimes, descobriram se tratar de uma liga com cobre de alta pureza (85%), cádmio e um outro material mais caro e raro no planeta, o ósmio, atualmente usado em satélites, ônibus espaciais e telecomunicações. 

Oi? Um equipamento destes implantados na pele de seres com mais de mil anos de idade?!

Sim, é o que confirmou o teste de Carbono 14 e os peritos em metais pesados.

Então, chegamos aos pés e mãos tridáctilos de estranhas cinco falanges, ao crânio desproporcional ligado ao pescoço de forma central, o natural nos humanos ou primatas seria na parte de trás da cabeça; e ao fato de uma das entidades expostas estar grávida, tendo três ovos (isso mesmo que você leu, ovos) no seu abdômen, fazendo os pesquisadores especularem sobre criaturas répteis humanoides. 

Eles mesmos, os reptilianos! Acredite se quiser parte 2: sob a radiação da tomografia digital, revelaram-se três curiosos embriões em gestação.

Mais uma peça importante deste quebra-cabeças vem da arqueologia. Já foram encontradas antiquíssimas pinturas rupestres, gravuras, estátuas e bonecos que representavam seres igualmente com três dedos no Peru, México, Argentina, Venezuela e Cuba.

O diretor do Instituto Científico de Saúde e autoridade em Ciências Forenses, Dr. José de Jesús Zalce Benítez, seguiu a sessão no Congresso ressaltando que os objetos de estudado são verdadeiramente orgânicos, não possuem ossos do carpo e do tarso, têm exclusivas impressões digitais retas e lineares, nunca vistas em nenhum outro ser terrestre, e o DNA foi comparado com mais de um milhão de espécies registradas, levando a conclusão de que 70% do material genético coincide com o que já é conhecido, mas há uma diferença de 30% no restante. 

Algo surpreendente, sendo que os primatas têm uma diferença para nós de menos de 5% e no caso das bactérias, a distinção é menor do que 15%.

E pra fechar com chave de ouro Maia, Dr. Ricardo Rangel Martínez, geneticista experto em imunogenética e histocompatiblidade, explicou que, apesar da antiguidade e da falta de cuidados na manipulação, ainda assim foram encontradas amostras de células não degradadas, nos ossos do pescoço e quadril, permitindo o sequenciamento simultâneo de milhões de fragmentos de DNA. 

As algas microscópicas diatomáceas (bacillariophyta), encontradas na região quando o local era um oceano, foram as causadoras da conservação dos corpos, dessecando-os e evitando a proliferação de fungos e bactérias. Daí a aparência mumificada das estruturas. 

Vou poupar vocês de mais detalhes técnicos, mas no pedacinho ósseo do quadril constam 316 milhões de leituras não identificadas, revelando que existe uma probabilidade superior a 90% de que esta análise não está relacionada aos seres humanos e também há uma chance superior a 50% que este organismo não seja respectivo aos seres vivos do nosso habitat.

Diante de ricas evidências científicas, mais de dez institutos e laboratórios renomados envolvidos, vários profissionais sérios dando a cara pra bater e de um número maior que 90% baseado no DNA, eu tendo a acreditar que os pequenos bípedes peruanos são legítimos e podem ser as primeiras evidências físicas exibidas ao mundo que provam a passagem de criaturas reptilianas por este fértil planetinha azul.

Outra coisa que proliferou, na velocidade da luz com essa narrativa, foram os memes.

Aquele bolo ficou genial. Não era fake, era cake. Eu tenho que lembrar ao caro leitor que o caso ETs de Varginha também virou piada em 1996, foi desacreditado e, após muita investigação minuciosa de grandes ufólogos brasileiros, se tornou um dos mais famosos e conceituados da Ufologia mundial.

Por mais que alguns colegas da causa tenham ficado chateados com a pouca relevância do site do Pentágono, do fiasco do relatório da NASA e ainda duvidem dos tipos encontrados nas cavernas de Nazca, eu fico feliz em ver cada vez mais peças deste enigmático quebra-cabeça alienígena expostas na mesa. 

E, no fim das contas, me motiva demais saber que a Ufologia finalmente está saindo das manchetes de poucas publicações especializadas para ganhar atenção da mídia global, sendo tratada com seriedade e entrando, finalmente, nas fronteiras do universo científico.

Updater: Fred Sekkel

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