Sam Parnia. O homem que traz pessoas da morte.

sam parnia

Se você estiver passeando por Nova Iorque, tiver um ataque cardíaco fulminante e morrer, pode ser que dê de cara com São Pedro te esperando no portão do céu.

Mas também pode ser que você dê de cara com um sujeito bem menos cabeludo, chamado Sam Parnia.

Sam Parnia tem o emprego mais gratificante de todo o planeta: é especialista em trazer pessoas de volta da morte. Algumas vezes, horas depois de mortos.

Chefe da Unidade Intensiva do Stony Brook University Hospital de NY, Sam Parnia consegue atualmente uma marca impressionante: de cada 3 pacientes que morrem de ataque cardíaco no hospital, um ele puxa de volta do além.

É o Lázaro da medicina.

TRILHA DO POST:

“Eu acredito que qualquer um que morra por algo que seja reversível não deveria mais morrer.Em outras palavras, nenhuma vítima de um ataque do coração deveria mais morrer.Um ataque do coração em sí é relativamente fácil de se lidar.Se você conseguir controlar o processo pós-morte, é possível entrar no paciente, fazer a desobstruição, colocar um stent e o coração está pronto para voltar a funcionar, na maioria das vezes.E a mesma coisa vale para infecções, ou pneumonia, essas coisas.Pessoas que não respondem aos antibióticos a tempo… podemos mantê-las por um periodo maior (depois que morrem) até que o organismo comece a responder.”

Não sei quanto a você, mas para mim essa é uma das declarações mais bombásticas high-tech que já vi. Ficção científica total, Star trek. Futuro, hoje.

Quando se pensa em ressuscitação, logo imaginamos alguém recebendo uma massagem toráxica ou tomando um chocão.É o procedimento padrão e mais famoso.Um procedimento feito exatamente da mesma maneira desde 1960, totalmente associado a uma “última esperança”. Parnia se irrita ao comentar que, geralmente quem faz esse procedimento é o médico mais júnior da equipe.

“Se tem uma coisa que é certa é que todos nós teremos uma parada cardíaca.Os médicos tentam uma ressuscitação por 20 minutos e desistem porque existe essa noção que depois desse tempo o cérebro já não responderá da mesma maneira e ninguém quer trazer uma pessoa de volta a vida apenas para deixá-la vegetativa.Mas muita coisa mudou nos últimos 5 anos, como o congelamento drástico do corpo e o monitoramento e manutenção dos níves de oxigenação do cérebro.As horas seguintes a morte são as mais importante de nossas vidas.”

No Japão já é procedimento padrão em Prontos Socorros uma técnica chamada ECMO, uma máquina que bombeia o sangue para fora do corpo do paciente que morreu, injeta oxigênio e devolve.

ecmo

“O caso mais longo que já ouvi falar é de uma jovem japonese que ficou 3 horas morta, depois passou por 6 horas de ressuscitação e voltou a vida em perfeitas condições.Teve, inclusive, um bebê há pouco tempo.”

Sam Parnia escreveu um livro chamado “The Lazarus Effect” ( e que no Brasil pra variar, recebeu a infame tradução “O que acontece quando morremos” e você pode ler uma reportagem mais detalhada sobre ele aqui.

Melhor que isso, só quando for um direito de todos.

E taí a prova que a vida não termina com a morte. Pelo por algumas horas.

http://youtu.be/F_hgktpIu4Q

(image by Shutterstock)

Updater: Wagner Brenner

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