Seasick Steve

“Mendigos são pessoas que andam daqui pra lá procurando por trabalho, vagabundos são pessoas que andam daqui pra lá, mas não procuram trabalho e vadios são pessoas que não andam daqui pra lá e não procuram por trabalho. Eu fui os três.” Seasick Steve

Algumas vezes, certas coisas entram em nossas vidas e nos atropelam de verdade. Sabe quando é difícil simplesmente deixar de lado por um tempo? Quando vicia, quando você quer conhecer tudo? Estudar, escutar, ver e tocar. Por aqui chamamos de obsessão vigente. Tenho isso com música e, algumas vezes, ao ser apresentado a algo que eu ainda não conhecia (mas que parece ter feito parte da vida o tempo todo), elas entram e dificilmente saem. Como músico, vem até a necessidade e muita vontade de aprender a tocar outros estilos. Desenvolver outras técnicas. Tenho tocado violão elétrico distorcido com slide em um amplificador valvulado… coisa estranha, mas os vizinhos ainda não reclamaram.

Ando obcecado pelo som desse camarada aí.

Um rock n roll cru, com pitadas de country, blues, boogie e muito bluegrass. Caso você, como eu há mais ou menos um mês atrás, não conheça Seasick Steve, dá play aí e depois me conta.

Steve nasceu em 1944 e só lançou seu primeiro álbum em 2001. Presenciou a separação dos pais aos quatro anos. Aprendeu a tocar violão com aos oito e aos 13 fugiu de casa para evitar abusos de seu padrasto. Viveu perambulando pelas estradas do Tennessee. Na década de 90 mudou-se para Paris, onde tocava nos metrôs da cidade. Foi engenheiro de gravação e produtor. Constrói suas próprias guitarras e, na maiora das vezes, faz o som com apenas três cordas usando muito bem o slide e alguns pedais customizados. É um som cascudo de verdade. Muitas vezes, Steve, está muito bem acompanhado, a exemplo de shows com John Paul Jones e Jack White:

Como ele mesmo gosta de dizer e que fica claro só de olhar, a lição que fica desse cara mal ajambrado, tatuado, de barba branca, que anda e toca com roupas caipiras e instrumentos que parecem ter sido encontrados no lixo é:

“se você tá afim mesmo de tocar um bom som por aí, e ganhar respeito, tem que se ligar mais na música do que na pose. Roupinhas e cabelos descolados não farão seu som ser mais do que realmente é. Se o som for bom, a pose vem – o contrário não é verdadeiro.”

Presentinho para vocês:

Updater: Gustavo Giglio

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