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Sorvete Skol


E a exposição (e controvérsia) do sorvete Skol só cresce.
Saiu no Huffington Post, na Time , no Daily Mail e a notícia da polêmica daqui, chega agora a outros países.
Pode, sorvete de cerveja?
O Conar avaliou e indeferiu. Notificou a Skol, mas não pediu a retirada da campanha.
A preocupação é que um sorvete de cerveja poderia estimular o consumo de álcool por crianças. Acho válida.
Por isso conversei ontem com o Neto, que é updater e VP da Bullet, agência responsável pela criação. E descobri que a ação precisa de contexto para ser entendida e avaliada de verdade.
Primeiro, o sorvete só está sendo vendido em 29 bares. Uma edição por tempo limitado e proibida para menores de 18 anos. Não está na geladeira da padaria, supermercado, etc.
Segundo, o teor alcóolico é mínimo, quase igual ao do passas ao Rum, da Kibom (a gente nem lembra desse, coitado, mas ele existe e tem álcool).
Enfim, é muito mais uma ação divertida com o consumidor de Skol do que uma extensão de marca. Outras marcas já fizeram isso, e de forma até mais definitiva, como o Haagen-Dasz Baileys, por exemplo. Não tem álcool, mas tem a marca da bebida (que no final, é a grande preocupação). Fora os gringos que jogam cerveja de verdade no sorvete, mas isso é outra história.
.Acho o case bacana, independente de ser amigo do Neto e fã da equipe da Bullet (antes que apareça o maldoso de plantão nos comentários).
Juntar duas categorias tão distantes como sorvete e cerveja é criativo, ousado. E nesse contexto, com todos os devidos cuidados (depois de anos de cigarrinhos de chocolate Pan, ninguém é louco) é uma ação pra lá de simpática com o consumidor da marca.
Fico aqui pensando nessa questão de exposição indevida. Eu, que tenho filho pequeno, vivo reparando nisso. Nas revistas pornográficas escancaradas nas prateleiras baixas das bancas, na minha vizinha adolescente que sempre volta de madrugada trançando as pernas porque algum imbecil vendeu bebida alcoólica pra ela, filmes nacionais com nú frontal que tem passado na Warner logo depois do Big Bang Theory, as 6 da tarde, baixarias na novela e nos jornais da TV, cenas de gente tomando tiro na cabeça, etc.
Coisas consideradas como “dia-a-dia”, martelando na cabeça da molecada.
Quem sabe um dia essas reações assim, mais indignadas, sejam preocupações mais autênticas de consumo responsável. E não só um esperneio mercadológico e estratégico. Fico torcendo.
Updater: Wagner Brenner
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