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Trip Transformadores: o mundo pelo olhar de Sebastião Salgado

Ontem tive a honra de poder participar de um dos eventos do Trip Transformadores aqui em Nova Iorque.
O evento aterrissa pelo quinto ano consecutivo na Terra do Tio Sam, na cidade mais badalada do país. Este ano, trouxe o incrível filme O Sal da Terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, que mostra de uma forma profunda a história de Sebastião Salgado.
Após ver o filme, percebi que a conexão entre os dois – filme e evento – são tão grandes que parecem caminhar juntos.
O filme, que concorreu ao Oscar de melhor documentário neste ano, te faz ficar atento a cada fotografia, a cada história e a cada sentimento que Sebastião narra ao longo da obra. Que o trabalho de Sebastião Salgado é indiscutível todos nós sabemos, pensei em escrever mais sobre o filme, mas isso vocês podem ler por aí. Quero tentar explicar o que eu senti:
Lelia e Sebastiao Salgado. Aymores. Minas Gerais. Brasil. Outubro de 2006.
Me emocionei com a história deste casal, que construiu juntos uma família e acreditaram nos seus sonhos. Me diverti com o jeito gracioso de tentar tirar uma foto de um urso. Me encantei com as imagens. Me apertou o estômago e me senti extremamente incomodada com as histórias da África, com suas imagens, com essa dor, com o olhar do Sebastião ao contar estes momentos. Na minha cabeça apenas passava: acho que agora é um bom momento de levantar e sair discretamente, tô sofrendo demais com isso! Ou gritava internamente comigo mesma: do que mesmo você estava reclamando hoje cedo? Agora levanta essa bunda da cadeira e tente fazer algo de útil para o mundo.


Fiquei preocupada com algo que eu já sei a muito tempo, mas as vezes por entrar tanto na rotina nos esquecemos – o que nós, seres humanos estamos fazendo com nós mesmos? Com nossas terras? Com as nossas crianças. Não é possível que vamos seguir assim. Não é!
E por fim, saio do filme com a esperança de renascimento, de que sim é possível mudar o mundo, e não precisa querer mudar o mundão todo não. Pode ser no seu bairro, na sua cidade, ou mais perto ainda, a sua família. Que vamos combinar que já é uma mudança e tanto.

Voltando para casa e ainda contando sobre as imagens e momentos do filme com meu namorado, ele resumiu o que eu senti: ver este filme me inspirou novamente a ser uma pessoa melhor.

Em um momento que eu conversava com o Juliano Salgado, diretor do filme, falei o quanto acredito que seu trabalho e filme tem um papel importante nesta mudança. Ele respondeu que acredita que a mudança vem das pessoas mesmo, nós é que precisamos mudar. Não discordo nem de uma vírgula do que ele falou, porém acredito que um filme tenha o poder sim, de mudar o mundo… o mundo de alguém, ou estou sendo muito romântica e lembrando de minha própria história, que duas semanas após assistir Patch Adams, estava me inscrevendo num curso para ser Palhaça e no futuro trabalhar em Hospitais, e assim o fiz.
O Trip Transformadores caminha lado a lado com essa mensagem positiva, com a mensagem importante de mostrar quem são os Brasileiros que estão ajudando a construir um mundo melhor, que estão transformando a realidade do nosso país, em que não dá para esperar a ajuda vir do céu e muito menos dos nossos políticos. Somos nós por nós mesmos. E o projeto faz isso de forma inspiradora, mostrando ao público que sim, tem muita coisa boa acontecendo no nosso país, tem muita gente lutando e transformando a vida de muitas pessoas. E que nada nos impede em entrar nesse time também, nós juntos podemos transformar a realidade.
O Update or Die é apoiador oficial do Trip Transformadores.
Updater: Manuela Berlanga
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